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Criptidos – Quando uma lenda é um pouco mais do que fantasia…

Quer ser um criptozóologo? Esse artigo irá iniciá-lo nessa ciência controversa...

    Da mais profunda caverna ao mais abissal oceano... e todos os desertos tórridos, todas as vastas campinas rurais e todas as florestas nevoentas… somos mais de 7 bilhões neste planeta, que já parece pequeno demais para nós, em órbita do qual bipam centenas de satélites de mapeamento, meteorologia, geografia e espionagem… tendemos a pensar que não há mais nada por descobrir neste planeta; que nos chateia ao ponto de pensarmos no que poderia haver em outros planetas, muitos dos quais, a anos-luz daqui, talvez jamais pisaremos! Mas preferimos desperdiçar nossa atenção ao inalcançável porque sentimos que já desbravamos totalmente nosso quintal terráqueo.
   Na realidade, não é o que pensamos; somos 7 bilhões, sim, apinhados em pequenos pontos da esfera, que chamamos de cidades, e nossos satélites, embora poderosos, vigiam a terra a dezenas de quilômetros de distância, sem poder nos informar o que se esconde debaixo das nuvens. Há muito o que explorar ainda em nosso planeta. E o que há para descobrir pode sim ser tão exótico quanto um mundo alienígena! O problema é que tendemos a confiar tanto no conhecimento que acumulamos que não aceitamos quando esse conhecimento é desafiado; de fato, muitos de nos até mesmo perseguem quem desafia o conhecimento convencional. Tendemos a chamar de "pseudociência", como se a ciência "verdadeira" servisse apenas para confirmar o que já conhecemos. Usamos o que é conhecido para julgar "inverídico" o desconhecido; não parece um critério muito lógico.
  É esperado que sejamos céticos diante de fenômenos desconhecidos, animais que não se encaixam na biologia convencional, discos voadores, e assim por diante. O ceticismo é considerado a "postura sóbria"; e é "sóbria" a estranha afirmação de que se algo é diferente do que já conhecemos não é possível que exista. Pelo medo de sermos ridicularizados tendemos ao ceticismo, formando nossa opinião sem o respaldo de um estudo pessoal sobre o assunto. Parece que o ceticismo nos é automático, como uma "programação" social.
   A sociedade sempre julgou a postura mais cética como a mais adequada, a mais sã - mas a descrença frequentemente é burrice e não inteligência. Um cético argui que coisas desconhecidas não existem, seu argumento é que a aceitação de coisas desconhecidas ferem a estrutura do conhecimento atual. Quando na verdade, investigar o desconhecido serve, justamente, para corrigirmos o nosso conhecimento.
  Se analisarmos os fatos com senso crítico equilibrado, ao invés do ceticismo automático, iremos nos deparar com diversos acontecimentos frustrantes para o conhecimento convencional, que chamaremos aqui de ciência mainstream. Animais antes ridicularizados como meras lendas pelos céticos foram saindo do esconderijo e dando às caras, até que tornaram sua existência indiscutível. O Gorila já foi descrito como uma lendária tribo de homens-macacos, o Ocapi, parente da girafa, já foi apenas uma fada da floresta, o celacanto já foi crido existir apenas na época dos dinossauros, temos também a Lula-Gigante como exemplo clássico… muitas lendas existiam mesmo esse tempo todo! Não existem exatamente do modo como imaginávamos mas, as descobrimos somente quando demos ouvidos às lendas.

   Atualmente a ciência tem perdido o espírito aventureiro, e tem se tornado "ciência pra vender", para aparecer no Scientific American, National Geographic, e menos para buscar novas descobertas. Não; os cientistas não podem arriscar as suas rentáveis carreiras dando crédito ao que os "consumidores" de ciência de banca de jornal consideram lendas loucas e mitos caipiras. Cientistas assim dificilmente nos trarão algo novo; somente o cientista que gosta do que faz e não prioriza o dinheiro ainda guarda o velho espírito aventureiro e não está nem aí para com o risco de cair no ridículo. Desse último tipo de cientista surgem os criptozoólogos - experts na ciência que investiga animais lendários.

   Antes de nos aprofundarmos nesse ramo da ciência precisamos entender alguns termos usados. Principalmente o que são cryptids; ou criptidos, na forma aportuguesada.

Há muita coisa "alienígena" dentro de nosso próprio planeta. Um lago cor-de-rosa desafia o conhecimento convencional,. Lago Hillier, Austrália.

Antes de sua descoberta oficial em 1853, o gorila não passava de uma lenda nativa que amedrontava  exploradores; fantasiosa-mente representado nesta antiga xilogravura. Os nativos o chamavam de Ngila, Ngagi ou Enge-ena.

No século XVII, o aventureiro britânico Andrew Battel relatou que viu "homens-símios" visitarem curiosos sua fogueira em uma expedição a África.

O que são Criptidos?

   Na criptozoologia, chamamos de criptido cada lenda que, potencialmente, possa ser uma nova espécie. Cada lenda é um criptido; mas duas lendas podem ser baseadas em um mesmo animal. Por exemplo: O Pé-grande e o Sasquatch embora sejam dois criptidos, o Pé-Grande sendo uma lenda rural e o Sasquacth sendo uma lenda indígena, ambos podem ser baseados em uma única espécie de símio gigante. O criptido é o possível animal na forma como é imaginado, diferenciando-se de espécie, que é o animal como ele realmente é.

   Entendendo, então, o que é um criptido, vamos analisar agora os requisitos para elevar uma simples lenda ao status de criptido.
  De forma geral, qualquer lenda ou espécie extinta, que deixe indícios de ser real (avistamentos, pegadas, etc). Até mesmo animais muito bem conhecidos podem se tornar um criptido, como veremos logo mais.
  Os requisitos mais utilizados pelos cientistas para essa determinação seguem alistadas abaixo, lembrando que, para todos, são necessários encontrar indícios que nos permita especular que possam mesmo existir:
   Espécies presumidamente pré-históricas. Avistamentos ou indícios, recentes, de animais que se assemelham de perto a animais pré-históricos. Alguns criptidos são, inclusive, semelhantes a dinossauros.
  Espécies consideradas oficialmente extintas nos tempos modernos. Avistamentos de espécies extintas num passado recente, muitas vezes, ganham o descrédito da comunidade cética, entrando para a lista de criptidos. Muitos ainda afirmam terem visto o extinto tigre-da-tasmânia, também chamado de tilacino. As tribos das ilhas Maurício ainda crêem que os extintos dodôs podem ser vistos escondidos em cavernas. Assim, o tilacino e o dodô são criptidos.
   Avistamentos sem paralelo na biologia, mas cuja descrição é comparável ou semelhante a formas animais conhecidas. Avistamos de formas estranhas mas que lembram algum animal conhecido ou pré-histórico, a ponto de supormos seu lugar na classificação biológica. Por exemplo, o Pé-Grande, embora seja uma forma animal completamente estranha, podemos supor que seja um grande primata, tal qual um gorila.
  Avistamentos cuja descrição não é comparável a nada conhecido. Avistamentos de seres realmente novos, que indicam novas possibilidades biológicas.
  Espécies alienígenas. Embora a palavra alienígena tenha um conceito popular de seres de outros planetas, em biologia, o termo alienígena se refere simplesmente a animais que se encontram fora de sua distribuição geográfica original. Em criptozoologia, uma espécie alienígena é um criptido quando a espécie é vista em um ecossistema diferente de seu ecossistema nativo, podendo se adaptar ao novo ambiente, mudando seu comportamento, e talvez até mesmo se reproduzindo neste novo ambiente. Podendo ser os responsáveis por ataques, se tornado uma história contada na região, uma lenda; temos então um criptido, mesmo que ninguém duvide que o animal exista lá em seu ambiente natural.
  Animais domésticos que fogem de suas casas para a natureza e passam a se tornar feras selvagens; mais selvagens ainda que os próprios animais nativos! Se tornando os famosos “ferais”; por vezes se tornam lendas entre a população, entrando assim para a lista de criptidos.
  Variações desconhecidas, bizarras ou incomuns, em tamanho ou aspecto, de espécies conhecidas. Avistamentos de versões bizarras de espécies conhecidas, como o King Cheetah (uma Cheetah listrada), o Tigre-azul, o Thunderbird (um condor gigante) e a Anaconda-gigante. Quando tais versões bizarras são vistas como meras ilusões ou crendice por parte da comunidade científica convencional, se tornam criptidos. O tigre-branco já foi um criptido antes de ser descoberto, era uma lenda conhecida como Tigre-Fantasma.
   Animais de natureza mística, paranormal ou mitológica. A fênix, o unicórneo, o lobsomem, etc. Não que esses seres possam existir exatamente na forma como são descritos nos mitos e lendas, mas criptozoólogos assumem que possam ser espécies desconhecidas ou extintas, ou mesmo conhecidas, que foram, ou são, mal interpretadas, ou que assumem comportamentos bizarros. Ao contrário da comunidade cética que os considera como mera ilusão ou imaginação "caipira," o criptozoólogo dá valor as crenças dessas pessoas e estuda com interesse seus relatos.
  Fraudes e erros de identificação. Durante a investigação de um criptozoólogo, a possibilidade de fraude ou confusão com espécies completamente conhecidas não é descartada. Quando uma investigação de um criptido se revela um engano o criptido é classificado como fraude (hoax) ou erro de identificação (miss-identification).
  Mas tem um porém: assim como alguém forjar uma onça de mentira ou confundir outro animal com uma onça não exclui o fato de que onças existem, uma fraude ou engano, quando não explica todos os indícios, também não exclui a possibilidade do criptido existir de verdade. Mesmo que um avistamento se revele uma fraude ou um erro de identificação, isso não significa que o criptido em questão não exista e que outros relatos da criatura não possam ser verdadeiros. É um erro muito comum de céticos usar uma brincadeira, uma fraude ou erro de identificação para desacreditar um criptido. Mas um único embuste não torna fraude todos os avistamentos.

Ao Lado: Foto aparentemente da época da guerra civil americana que tem sido analisada por muitos anos, sem indícios definitivos de que seja uma fraude.  Os soldados posam com o que parece ser  um pteranodonte abatido; embora a aparência do mesmo não corresponda com nenhuma descoberta fóssil. Uma foto assim só poderia ser fraudada com uma precisa manipulação digital moderna. Se comprovarem que a procedência desta foto é realmente antiga, é muito difícil que seja uma fraude.

Abaixo:  Foto tirada em  1893  mostrando  um animal grotesco capturado. Chamavam de Hodag, era uma lenda folclórica do Wisconsin, EUA. A foto foi publicada no jornal e chamou a atenção dos pesquisadores do Instituto Smithsonian, forçando Eugene Shepard e confessar a fraude, que é  um tanto óbvia, inclusive. O Hodag é um critpido classificado como Hoax, ou "Fraude".

Durante a investigação de um criptozoólogo, a possibilidade de fraude ou confusão com espécies conhecidas não é descartada.

Vídeo  do último Tilacino vivo em 1933. Embora aparente ser um canídeo, o tilacino  era um marsupial, sendo mais próximo geneticamente ao gambá. Oficialmente extinto na década de 30, até  hoje, pessoas afirmam avistá-lo com suas listras características. Portanto o tilacino é hoje um criptido.

Como se forma um criptozoólogo e como você pode se tornar um.

   Uma vez que a criptozoologia não é uma ciência convencional, você não encontrará faculdades de criptozoologia. No máximo, algumas faculdades que estão mais abertas ao tema podem incluir pequenos cursos de criptozoologia dentro do conteúdo de faculdades como zoologia ou primatologia, ou permitir palestras sobre o assunto.
   Um criptozoólogo se forma estudando as ciências convencionais relacionadas aos criptidos que ele pretende estudar. Pense em um rapaz que cresceu em Montana, e chegou a ver um Pé-Grande na infância, ficou fascinado e decide pesquisar sobre a lenda. Ele irá desejar fazer uma faculdade de primatologia ou antropologia, depois irá conduzir, normalmente por conta própria e auto-financiado, seus estudos sobre o Pé-Grande, se tornando um criptozoólogo.
   Mas a criptozoologia não precisa apenas de biólogos, zoólogos ou primatologistas. Folcloristas e mitologistas são muito úteis, uma vez que estudam lendas e culturas do mundo. Linguistas também são úteis, para poderem conversar com tribos indígenas, ou para traduzirem textos antigos, repletos relatos de naturalistas dos séculos passados. Eu não sou exatamente um criptozoólogo, mas se eu fosse seguir essa "carreira", eu certamente começaria traduzindo algum texto antigo, que é uma atividade na qual eu me dedico bastante, ou então pelo estudo do folclore. Há criptozoólogos que são formados em biblioteconomia, que é bastante útil também; outros são historiadores, jornalistas, etc.
  Se você não puder fazer uma faculdade dessas, ou tem outros planos acadêmicos, você pode ser um criptozoólogo autodidata. Você pode pesquisar e escrever um livro sobre o assunto, ou pode criar uma rede social para discutir o assunto. Dê sua opinião sobre a legitimidade de uma pegada de um criptido, publique notícias sobre o assunto, etc.  O melhor desses tipos de ciência espontânea é que não há uma elite "intelectual" sobre o assunto; qualquer um pode contribuir.
   Antes de começarmos a considerar aqui os criptidos em si, ainda precisamos saber como eles são classificados. Isso será considerado a seguir.

A Classificação dos Monstros

 Este é o doutor Biswamoy Biswas analisando um escalpo  que os tibetanos alegam ser de um Yeti. Ele foi um ornitólogo (estudo das aves) , filho de um geólogo. Mas também se dedicou ao estudo de criptidos. Portanto, o doutor Biswas foi um criptozoólogo. A fotografia foi tirada por John Angelo Jackson, para a Snowman Expedition do Daily Mail, 1954.

   Animais convencionais, na biologia, são muito bem classificados. Temos mamíferos, peixes, aves, etc. Por que não classificarmos também, de alguma forma, os nossos pequenos e grandes monstros da criptozoologia? É claro que uma classificação tão sistemática como aquela que classifica os animais convencionais é difícil para a criptozoologia. O que se faz, normalmente, é agrupar criptidos que possuem características semelhantes criando grupos distintos.
   Não há um consenso com respeito a essa classificação, ela é feita por cada autor, de forma que se adeque a sua obra. A classificação feita nesse artigo, foi inspirada na classificação de criptozoólogos como Ivan Sanderson, e serve simplesmente para melhorar a consulta dos leitores.
  Nesse artigo, estudaremos os seguintes grupos de criptidos: Selvagens, Bípedes Peludos, Cães Ferais, Big Cats, Leões d'água, Dinossauros, Monstros Marinhos, Animais Extintos, Bestas Místicas, Pássaros Misteriosos e Vermes Gigantes. Isso abrange apenas os criptidos que estudaremos aqui, mas há muito mais como Humanoides Alados, Variações Bizarras, Pessoas minúsculas, etc. Não consideraremos todos porque o artigo não pode ficar muito grande.
   E assim como nos animais convencionais há o status: comum, ameaçado, em extinção e extinto,  os criptidos recebem também o seu status: incerto, confirmado, erro de identificação ou fraude.
   Enfim, vamos começar o nosso "safári" insólito…

Os Selvagens

    Algumas pessoas ainda avistam humanoides semelhantes ao que a ciência imagina ser  o ancestral dos seres humanos.

    Ao lado:  Uma estátua do Homo Erectus no  Smithsonian Museum of Natural History; foto tirada por Tim Evanson.

   Abaixo: Um caso brasileiro de um selvagem encontrado. Essa jovem de aparência estranha apareceu do nada em uma vila remota de Minas Gerais em 1970.  Apesar do povoado ser pobre e distante, uma família local teve compaixão e a adotou vestindo-a e oferecendo abrigo a ela.  Ela possuía uma aparência simiesca, seus dedos eram longos  e  pêlos lhe cresciam nas costas como uma crina. Algumas fotografias dela foram tiradas pelos moradores. Embora ela não tivesse aprendido a falar, ela demonstrava sensibilidade, frequentemente expressando-se por meio do choro. Os locais contam que ela foi examinada por um cientista que concluiu que ela poderia ter antepassados estranhos à linhagem humana normal.  Um dia pessoas de aparência importante apareceram na vila e a levaram; crê-se que foi algum departamento americano, Este caso brasileiro traz paralelos com a história de Zana , que veremos à seguir.

  Temos muitas informações genéticas em nosso DNA que estão inativas. Ou seja, a natureza foi encontrando as melhores características para nos adaptarmos e foi desativando informações com características ultrapassadas. Isso não significa que essas características pré-históricas sumiram, significa apenas que estão desativadas. Isso na maior parte das vezes...

  Muito raramente acontece o que chamamos de "reversão", quando um indivíduo nasce com características obsoletas, pré-históricas, que deveriam estar desativadas mas, por algum motivo, naquele indivíduo, não estão.
 Essa é uma das teorias para explicar avistamentos de humanoides com características pré-históricas. Pessoas peludas, com pouca inteligência, incivilizadas... selvagens, que sobrevivem em florestas, como animais.
 Mas a teoria mais popular entre os criptozoólogos é que sejam parte de uma linhagem sobreviventes da pré-história. Alguns teorizam que sejam mesmo Neandertais (Homo neanderthalensis)! Pode não ser coincidência que os principais avistamentos e evidências se encontram na Ásia e Europa, onde os Neandertais viviam.
 Outra explicação comum é que sejam sobreviventes da espécie pré-histórica Homo erectus. Pesquisas recentes indicam que alguns desses criptidos são humanos com algumas características de variedades antigas de homo sapiens (nós somos considerados a espécie-tipo de humano: o Homo sapiens sapiens). Veremos três criptidos do tipo Selvagens.

   Primeiramente, uma história incrível de uma mulher selvagem que foi capturada e passou a conviver na fazenda de um nobre na Geórgia. Depois, consideraremos uma figura folclórica de aparência simiesca, temida e respeitada a séculos pelos mongóis, o Almas. Por último, um exemplo de selvagem na Nova Zelândia, outro país cheio de mistérios.

 

 

Abnauayu

   A lenda do Abnauayu descreve Selvagens da Ásia Ocidental. Seu nome vem do Abkhaz e significa "homem da floresta". É visto como um homem de pele escura, coberto com pêlo vermelho escuro. Cabelo grosso que desce para a parte de trás como uma juba. Testa baixa, olhos avermelhados e nariz plano. Maçãs do rosto salientes. Dentes enormes. Braços e pernas musculosos. Dedos longos e grossos e pés largos.
  É um habilidoso corredor e nadador. Audição bem desenvolvida. Não fala mas murmura barulhos. Hábitos onívoros de alimentação: uvas, carne, etc. Grande força física. Usa armas improvisadas como ossos e paus. Usa pedras como ferramentas de moagem e para esmagar. Foi visto nas montanhas caucasianas, República Autônoma da Abkhazia e na Geórgia.
  Uma fêmea de Abnauayu, apelidada de Zana, foi capturada na metade do século XIX, na Geórgia, possivelmente na região de Ajaria.
  Um grupo de homens que tinham ido caçar viram uma mulher selvagem muito forte e robusta. Os caçadores, familiarizados com antigas técnicas de caça, amarraram-na e, quando ela lutou furiosamente, a acertaram com paus, amordaçaram-na e seus pés foram presos por correntes em um tronco.
  É provável que ela já tinha sido vendida antes quando se tornou propriedade do príncipe D. M. Acha, governador titular da região de Zaadan. Ela se tornou posse de um dos seus vassalos, chamado Chelokua e ainda mais tarde, ela foi apresentada a um nobre, Edgi Genaba.
  O nobre a levou para sua fazenda, na aldeia de Tkhina, na Abkhazia, próximo ao rio Mokva, à 78 quilômetros de Sukhumi.
  De início, Genaba a hospedou em uma jaula fortificada onde ninguém tinha coragem de dar comida a ela, pois agia como uma besta selvagem; a comida era jogada para ela. Ela cavou um buraco no chão e dormia dentro. Viveu três anos nesse confinamento, onde gradualmente foi ficando dócil.
  Depois ela foi transferida para um cercado sob uma cobertura, próximo da casa. De início, o cercado ficava fechado, depois ela foi solta para vagar por aí. Embora nunca fosse para longe do lugar onde recebia comida. Passou a ser chamada de Zana. Ela não conseguia suportar um quarto quente e, durante o ano, em qualquer clima, ela dormia ao ar livre em um buraco feita por mesma sob a cobertura.
  Quando os aldeões a atormentavam com paus entre a cerca ela os ameaçava mostrando os dentes e bramindo.
  Sua pele era negra, um cinza-escuro. E todo o seu corpo era coberto com pêlos da cor ruivo escuro.
  Baseando-se nas descrições dadas por Mashkovtsev e Porshnev ela tinha um rosto horrível; largo, com maças do rosto salientes, nariz achatado e narinas salientes, mandíbulas semelhantes a um focinho, boca extensa com grandes dentes, testa baixa e olhos avermelhados. Mas a característica mais espantosa era sua expressão puramente animal, não humana. Algumas vezes ela dava um sorriso espontâneo, mostrando os seus grandes dentes brancos. Tão fortes que quebravam a mais dura nóz. Mas eles nunca a viram realmente.
   Ela não falava, ao longo de décadas de convivência com humanos, Zana não aprendeu uma única palavra em abKhaz, apenas articulava sons e murmúrios e chorava quando irritada. Mas ela reagia ao seu nome, realizava comandos dados a ela e ficava com medo quando seu treinador gritava com ela. E isso apesar do fato de que ela era muito alta, massiva e grande, com grandes seios e nádegas, braços e pernas musculosos e dedos mais longos e grossos que dedos humanos. Ela podia mesmo afunilar os dedos dos pés e tinha grande mobilidade no dedão.
   Viveu por muitos anos sem mostrar nenhuma mudança física: sem cabelos grisalhos, sem queda dos dentes, mantendo a força e a aptidão. Seu poder atlético era enorme. Ela podia correr como um cavalo e nadar por todo o rio Movka mesmo quando subia uma violenta maré alta. Sem esforço aparente levantou com uma mão um saco de oitenta quilos de farinha e levou para cima do moinho d'água, quando lhe deram essa tarefa.
   Ela foi treinada para fazer tarefas simples como moer grãos para farinha, trazer lenha e água para casa, ou carregar sacos para o moinho ou tirar as botas do seu dono.
   Zana subia em árvores para apanhar frutas e comia por si mesma uvas que puxava para baixo das vinhas que cresciam. Comia o que era oferecido a ela, inclusive canjica e carne, que comia com as mãos e enorme glutonaria. Ela amava vinho, e foi permitido que ela o bebesse, depois disso passava horas dormindo como se estivesse desmaiada.
   Ela gostava de estar em um lago acompanhada por búfalos. À noite Zana costumava circular pelas colinas próximas. Levantava grandes paus contra cães e em outras ocasiões ameaçadoras. Tinha uma curiosa obsessão de brincar com pedras, batê-las entre si e dividi-las.
   Nadava o ano todo e preferia andar nua mesmo no inverno, rasgando em pedaços os vestidos que eram dados a ela. Porém, ela mostrava mais tolerância à tanga. Algumas vezes ela queria entrar na casa mas as mulheres tinham medo dela e só se aproximavam quando ela estava dócil; quando a irritavam ela ficava assustadora e podia até morder. Mas ela era obediente ao seu dono Genaba, e ele sabia como lidar com ela. Os adultos usavam Zana como figura monstruosa para assustar crianças, embora Zana nunca tenha atacado uma.
   Foi mãe de muitas crianças humanas. Este fato demonstra que Zana era mesmo da espécie humana. Engravidou várias vezes de vários homens, e dava à luz sem assistência. Sempre banhava os bebês nas frias águas da primavera. As crianças híbridas não podiam suportar esses banhos e morriam.
   Então, quando ela dava à luz, os aldeões passaram a tirar os bebês dela e a criar eles mesmos. Isso aconteceu quatro vezes e as crianças, dois meninos e duas meninas, cresceram humanos normais que podiam falar e raciocinar. É verdade que tinham algumas características físicas estranhas, mas eram aptos para viver em sociedade.
   O filho mais velho foi Dzhanda, e a mais velha foi Kodzhanar. A segunda filha foi Gamasa e o filho mais novo foi Khwit. Havia rumores que o pai de Gamasa e Khwit foi, de fato, o próprio Edgi Genaba, mas o censo colocou o seu sobrenome diferente, que veio a ser Sabekia. Zana morreu em 1880 ou 1890. É significativo que Zana tenha sido enterrada no cemitério da família Genaba e que os dois filhos mais jovens foram criados pela esposa de Genaba.
  Gamasa e Khwit eram poderosamente constituídos, tinham pela escura, mas seus rostos não pareciam quase nada com o rosto de Zana.
  Khwit foi descrito pelos moradores como pouco diferente da norma humana, exceto por pequenas divergências. Ele era extremamente forte, difícil de lidar e rápido para começar uma briga. De fato, ele perdeu a mão direita em uma das muitas lutas que teve com seus colegas, mas a mão esquerda era suficiente para cortar e fazer outros trabalhos em uma fazenda coletiva, e até mesmo escalar árvores. Quando envelheceu, se mudou para a cidade de Tkvarcheli onde ele acabou morrendo e trazido de volta para o enterro em Tkhina. Dois netos de Zana foram entrevistados por Boris Porshnev em 1964. Um desses netos, Shalikula, tinha dito que podia levantar, com os dentes, uma cadeira com um homem sentado.
   É significativo comentar que foi encontrado um túmulo vizinho ao túmulo de Khwit, de uma mulher que foi enterrada com as pernas dobradas, cujo crânio é mais robusto do que o das mulheres comuns. Em Julho de 2006, uma análise de DNA do crânio de Kwhit e do crânio da mulher foi realizada na universidade de Nova York.
   Segundo Bourtsev, o repórter que entrevistou os geneticistas, o resultado preliminar da análise do DNA é que os crânios provavelmente estão relacionados. O crânio Khwit é um tipo de "australóide." Algumas medidas do crânio são maiores que os valores máximos conhecidos do homem moderno. O crânio do sexo feminino - de acordo com Bourtsev - é um tipo de "Africano", com uma forte definido esquelético, prognatismo inferior da face e dentes. Apesar de a relação do DNA dos crânios, o antropólogo é cético que elas estão relacionadas por causa das muitas diferenças morfológicas.
   Recentemente, o DNA dos descendentes de Zana, que  foi analizado e a conclusão é que não há traços de DNA neanthertal, não mais do que é esperado na região. Mas há traços de DNA africano do povo sub-saariano. Espertalhões usam essa análise para ridicularizar o estudo da vida de Zana, usam para acusar os criptozoólogos de racismo, e claro, para levantar bandeiras politico-sociais. Como sempre, esses tipos apenas atrapalham a ciência. Eles tratam análise de DNA como algo conclusivo, sendo desonestos com seus leitores. Há limitações em análises de DNA, na verdade. Só se pode encontrar o que se procura. Os cientistas procuraram DNA Neanthertal e não encontraram, depois procuraram DNA africano e encontraram traços que combinam. Não significa que o DNA dos descendentes de Zana sejam comuns; na verdade, seria difícil encontrar traços incomuns desconhecidos em um DNA, por não haver com o quê compará-los.
   Por outro lado, uma análise do crânio do filho de Zana, Kwit, feita pelo geneticista Bryan Sykes, encontrou traços muito antigos, semelhantes a seres humanos pré-históricos. O antropólogo Grover Krantz, que também examinou o crânio, considerou que Kwit era um ser humano normal, mas com uma mandíbula mais forte e maçãs do rosto mais salientes.
   O fato de Zana ter tido filhos com humanos deixa óbvio que ela era um ser humano. Mas seria um ser humano incomum, com traços pré-históricos, revertidos? A polêmica continua.

 

 A região da Abkasia, na Geórgia, é assombrada pela lenda do Abnauayu. Até que essa lenda realmente apareceu para caçadores, que a capturaram.

Foi mãe de muitas crianças humanas. Engravidou várias vezes de vários homens, e dava à luz sem assistência. Sempre banhava os bebês híbridos nas frias águas da primavera.

 Este é  Khwit Sabekia, filho de Zana.  Ele era conhecido  como  um homem agressivo e atlético; tendo inclusive perdido a mão esquerda em uma briga. Fato que não atrapalhou muito sua vida; ele podia trabalhar e até subir em árvores com apenas uma mão.

O Almas

   Um humanoide peludo menor que o Pé-Grande, visto pela Mongólia (Montanhas Altai e Deserto de Gobi) China e Sibéria. Seu nome vem do mongol ala (Matar) e mal (animais)
  Alturas nas proporções humanas: entre 1,5 metro e 1,8 metro. Coberto com um pêlo longo e encaracolado, com cerca de 15 cm de comprimento, exceto nas mãos e rosto. Pele escura. Supercílios proeminentes, ossos zigomáticos (maçãs do rosto) pronunciados, nariz pequeno e achatado, maxilar saliente, micrognatismo (queixo pequeno) e pescoço curto. Braços e dedos longos, polegar curto e unhas acentuadas. Pernas curtas, joelhos nus e calejados e pés largos.
  As fêmeas possuem seios pendentes e são vistas jogando-os pelos ombros ao correrem. Não conhecem a linguagem nem possuem conhecimento sobre o fogo, mas produzem ferramentas rústicas. Crê-se que seja capaz de negociações primitivas com nômades, deixando peles em locais conhecidos e recolhendo ali, posteriormente, itens trocados pelos nômades. Pelo visto, pode procriar com humanos, como Zana, no criptido anterior. De fato, um lama no monastério Lamaiin Gegeenii Hüryee é crido ser um híbrido entre humano e almas. Dizem que o almas, ocasionalmente, rapta bebês humanos.
   O soldado bávaro Johannes Schiltberger, capturado por turcos na Batalha de Nikopol, em 1393, e posteriormente escravizado por mongóis, foi o primeiro ocidental a ver um almas nas montanhas Tian Shan, enquanto era servo do príncipe mongol Egidi. Ele relata que dois almas foram capturados nas montanhas.
  Em algum momento pelo final do século XIX, uma caravana, a caminho de Hohhot, estava descansando na parte sul da província de Övörhangay, região autônoma de Nei Mongol, na China. Um dos homens foi ajuntar os camelos que tinham sido soltos para pastar e não retornou. Um grupo embrenhou-se pelas maquises de saxaul (Haloxylon ammodendron) para procurá-lo. Ao chegarem na boca de uma caverna, eles encontraram sinais de luta e deduziram que o homem teria sido raptado. Um dos anciãos sugeriu que tomassem novamente o caminho para Hohhot, esperando que, assim, a criatura emergisse das cavernas, assim eles fizeram e atiraram na criatura. O homem resgatado parecia em estado de insanidade e morreu dois meses depois.
  Em 1927, viajantes deixaram o acampamento sem ninguém para vigiar para procurar um camelo que tinha se perdido. Quando voltaram encontraram um grupo de almas se aquecendo na fogueira, eles comeram algumas tâmaras secas mas deixaram os frascos de vinho intocados.
  Um monge chamado Dambayorin estava viajando pelo Gobi, em 1930, quando viu uma criança nua a certa distância. Quando chegou mais perto, ele viu que ela estava coberta com um pelo castanho. Pensou, então, ter visto um almas e fugiu assustado.
   Um caçador chamado Mangal Durekchi caçou um almas no Gobi e deu a pele para os lamas do monastério de Baruun Hural, em 1937. A pele foi pendurada no monastério, e tinha braços e pernas como as de humanos e um longo cabelo descendo da cabeça.
  Em 1963, o pediatra russo Ivan Ivlov estava viajando pelas montanhas Altai quando avistou uma família de almas de longe. Havia um macho, uma fêmea e uma criança almas. Ele os observou a cerca de um 1.6 quilômetros de distância até que eles se afastaram da vista. Depois disso, ele perguntou sobre o almas para várias das crianças que ele tratava e ouviu inúmeras histórias de avistamentos.
  Atualmente há uma carência de evidências sobre a atividade dos almas, o que pode sugerir que tenham desaparecido ou que tenham se tornando mais tímidos ou desconfiados nos tratos com seres humanos.

O Almas demonstra sinais de inteligência. Os nômades encontram peles em locais conhecidos e substituem-nas por outras coisas  acreditando que seja o Almas esperando uma troca; em uma espécie de negociação primitiva.

O Homem de Coromandel

  É um criptido neo-zelandês que aparenta ser um homem com características pré-históricas. É visto coberto com um pelagem castanha, normalmente correndo por trilhas na península.
   Sua distribuição é, principalmente, pela área de Coromandel, uma península da Nova Zelândia; mas também foi reportado nas redondezas do rio Waikato, o Parque Nacional Tongariro, as montanhas Cameron, pelas matas de Milford e o lago Wakatipu. Tanto na ilha Norte quanto na Ilha Sul.
   Em 1878, garimpeiros em Martha Hill reportaram ver grandes homens besta, carregando facas de pedra, machado primitivos e tacapis. No começo do mês de fevereiro de 1952, os caçadores Douglas Tainvhana e Roy Norman tiveram um rápido vislumbre de um homem peludo correndo por uma trilha na península de Coromandel. Carl McNeil teve a mesma visão, na mesma península, em 1963, que descreveu com sendo uma criatura simiesca. Trevor Silcox estava caçando porcos selvagens, em 1972, quando viu um homem nu, de 1,8 metro de altura, com pelagem escura, se mover pelos arbustos. O caçador encontrou 4 pegadas, medindo 35 cm por 18 cm, no local.
  O que os criptozoólogos, em sua maioria, teorizam sobre esses criptidos é que sejam uma população sobreviventes do Homo erectus ou Neanthertal. Mas as poucas evidências encontradas, somadas com o fato de que, pelo menos Zana e o almas, parecem ter produzido prole com humanos (Khwit e o lama do monastério Lamaiin Gegeenii Hüryee, respectivamente), levam-me a supor que sejam seres humanos, estando próximos geneticamente a ponto de serem compatíveis, mas que, por alguma razão, nasceram com algumas características revertidas ao primitivo: feições rústicas (supercílios proeminentes, nariz achatado, um "quase" focinho), dedos longos, mais pêlos no corpo e, pelo visto, inteligência diminuída e baixa capacidade de civilização e linguagem. Veja também o caso brasileiro descrito no início. Não descarto, de forma alguma, a teoria dos criptozoólogos, mas incluo aqui as minhas teorias.

 A região de Coromandel, na Nova Zelândia, é um dos  mais belos pontos turísticos da Oceania; mas também guarda um mistério...

Bípedes Peludos

    Diferente dos selvagens humanizados, há também lendas de símios gigantes, que aprenderam a andar em  duas patas. O Pé-Grande norte-americano ainda é  um tanto humanizado nas lendas, mas o Yeti é visto como um grande gorila bípede, com sua cabeça cônica e capacidade de escalar, bem como de sobreviver, nas montanhas do Himalaia.

     Patagón é o apelido dado a uma tribo de gigantes que viviam no extremo sul da América, o nome significa "Pata Grande" em português antigo. Quando o explorador Fernão de Magalhães chegou na região, encontrou enormes pegadas na areia da praia; assim, ele nomeou o povo local de Patagón, e a região ficou conhecida como Patagônia (abaixo). A crença de muitos é que  Fernão de Magalhães tenha visto Pés-Grandes vagueando pela Patagônia; mas vimos aqui que não foi exatamente isso.

  Não estamos falando agora de selvagens, de aparência humana, como um antepassado do Homo Sapiens, estamos falando de critpidos que aparentam ser, não humanos, mas novas espécies de grandes símios, também bípedes, mas realmente cobertos de pelagem, tal qual o gorila. Claro que logo pensamos no Pé-Grande e no Yeti mas há muitos outros criptidos desse tipo pelo mundo.
  Bípedes peludos são vistos em todo o mundo e não apenas na América do Norte. Só no tibete, crê-se que hajam três ou até quatro tipos de criaturas humanoides peludas: Mi-the (o Yéti), Dzu-the e Thel-ma.
   No Brasil, a lenda do Pé-de-Garrafa e a do Negro-d'água, bem como algumas descrições de aparições interpretadas como lobsomem, se assemelham a descrição de um primata hominídeo.
   Na china, o Ye-rén. Oceania, Yowie. Rússia, Afonya. Na europa, Woodwasa. Na África, Waterbobbejan.
Sem nos esquecermos da América do Norte e os bem conhecidos Sasquatch, BigFoot, Grassman, Wookie... Mas devemos nos lembrar que cada criatura pode ter vários nomes e, se elas realmente existem, dificilmente cada criptido se refira a uma espécia única, podemos estar falando de uma única especie símiesca que são a base para lendas no mundo todo.
   É fascinante a idéia de que possam haver outras espécies que, como nós, caminham em duas patas. Deve ser por esse motivo que lendas de criaturas bípedes atraiam tanto a nossa imaginação.
  Evidências explodem com fotografias e até filmagens, como a polêmica filmagem de Roger Patterson, no Bluff Creek, Califórnia. Não apenas imagens, mas pés em decomposição, pêlos e até amostras de sangue dessas criaturas.

 

 

Pé-Grande e Sasquatch

   Isso não seria um artigo de criptozoologia se eu não reservasse um bom espaço para escrever sobre esses dois criptidos que são, praticamente, "irmãos gêmeos".
 Primatólogos e antropólogos sacrificam carreiras promissoras e se tornam alvo de ridicularização mas não abandonam sua busca por esse criptido. Ou seja, eles nada tem a ganhar com isso, só a perder, mas a evidência para eles é tão forte, e o desejo pela descoberta do desconhecido, o velho espírito aventureiro, que a ciência convencional já perdeu faz muito tempo, é tal, que eles simplesmente continuam.
   Alguns avistamentos relevantes incluem um caso que ocorreu em um desfiladeiro ao leste do Monte Santa Helena, Estados Unidos; onde um grupo de mineiros presenciou aparições contínuas de um grupo de gigantes peludos. Entre essas aparições um dos gigantes foi atingido por uma bala disparada pelos mineradores, outro minerador atingiu um deles com três tiros nas costas, fazendo-o cair do penhasco. Em retaliação, um grupo dessas criaturas voltou à noite e os assustaram durante cinco horas batendo nas paredes da cabine e uivando.
   Albert Ostman alegou ter sido sequestrado, no verão de 1924 perto de Toba Inlet, Columbia Britânica, Canadá. Alegou que ficou durante seis dias prisioneiro de uma família de Pés-Grandes constituída por um casal com um casal de jovens. O macho adulto tinha entre 2 metros e 2.5 metros  de altura e tinha levado Ostman em seu saco de dormir por três horas para um vale remoto. Quando Ostman tentou fugir, o macho bloqueou seu caminho. Enquanto ele estava lá, Ostman fez muitas observações sobre o estilo de vida e hábitos dos Pés-Grandes. Ostman engodou o macho adulto a engolir o conteúdo de sua lata de rapé e na confusão, ele fugiu de volta para a costa.

 

    Acima: Representação em CG da aparência de um Sasquatch, segundo  descrições.

    Ao lado: Filme original  de Roger Patterson, que alega ter capturado em vídeo um Pé-Grande, em 1967 no Bluff Creek, Califórnia. O alegado Pé-Grande começa a aparecer em 2:40 minutos de vídeo, se o leitor não desejar assistir o filme todo, de cerca de 4 minutos. A única forma desse vídeo, de 1967, ser falso seria um ator usando uma fantasia; mas alguns especialistas admitem que o Pé-Grande do vídeo se move rápido e naturalmente demais, quando um ator com uma roupa desajeitada e pesada, usando pés enormes, seria perceptivelmente desengonçado. Se foi uma fraude não se sabe como Patterson  conseguiu forjar o vídeo; esse é o principal motivo pelo qual muitos acreditam na veracidade do vídeo.

O Yeti

    Em um terreno nevoso  é muito fácil que rastros de animais comuns e quadrúpedes como  ursos ou alces formem pegadas estranhas, muitas vezes lembrando pés gigantes. É um fato conhecido que os ursos tem o costume de sobrepôr suas pegadas da pata dianteira com a pata traseira, aparentando um bipedalismo  e aumentando a impressão das pegadas. Essa fotografia, tirada por Frank Smythe, em 1937 e divulgada no Popular Science, como pegadas do Yeti, é um exemplo clássico disso. Muitos especialistas hoje em dia  concluem que eram pegadas de urso.

   É complicado escrever sobre o Yeti porque, na realidade, "yeti" é um coletivo de criptidos encontrados na região do Tibete. A fauna criptozoológica do Tibete é rica, pelo visto, mas os ocidentais generalizam todos com sendo uma única criatura, e chamam de Yeti. Inclusive cientistas renomados confundem, outros criptozoólogos não especificam qual criptido "yeti" estão procurando, gerando uma grande confusão.
  A principal fonte de informação para os criptozoólogos são os monastérios tibetanos, que consideram sagrados diversos criptidos (três, para ser exato) , e acumulam séculos de histórias de avistamentos; alguns monastérios possuem, até mesmo, mãos mumificadas, ou um escalpo, de Yeti.
  Os tibetanos, que incluem, mas não se resumem, aos monges tibetanos, falam de três animais misteriosos do Himalaya:
  O Dzu-teh, que é descrito mais como um urso do que com símio,  é uma palavra do idioma Lepcha (sino-tibetano), que soa algo como Animal-Gado (Dzu= Gado, e teh=Animal) É visto caminhando com quatro patas e erguendo-se em duas. De fato, muitos pêlos de "yeti" foram analisados, ao nível de DNA, por cientistas que concluíram que eram de urso pardo (as subespécie tibetana e do Himalaya). Brian Sykes, que também analisou pêlos de "yeti" concluiu que seria um híbrido entre ursos-pardo e um urso polar com características pré-históricas; indicando que a hibridização ocorreu na época pré-história (veja sua pesquisa  AQUI )
  Os tibetanos também relatam sobre um animal chamado de Teh-lma (Teh="animal" e lma, significado não conhecido), descrito como uma espécie de "chimpanzé" ou "gibão" bípede, com altura entre 1,2 e 1,5 metro. Com um juba espessa e pelagem castanha.
  O povo tibetano também fala do Mi-the, que, para eles é um outro animal, este sim, mais simiesco e melhor referente ao popular "yeti" ocidental. Seu nome significa algo como Homem-animal (mi = homem). Também o chamam de Ye-the (ye= "da montanha") ou Sogpa (etimologia desconhecida
  Os tibetanos diferenciam estes três animais. Não são o mesmo para eles. Há o Dzu-the, mais ursídeo, o Mi-the/Ye-the/Sogpa, o "yeti" que imaginamos e o Te-lma, um "macaco das neves" ou chimpanzé bípede, de tamanho pequeno.
  Você encontrará inúmeros artigos na internet afirmando que "pesquisas comprovaram que o Yeti é apenas um urso", que o "Yeti foi desmitificado", ridicularizando pessoas que procuram o Yeti... mas, queira ou não, para investigar com eficiência um assunto é necessário uma coisa muito importante chamada interesse. Somente quem se interessa pelo assunto se atém de todos o detalhes, faz um exame minucioso. Quem não é interessado, pode ser pdh de Harvard, um gênio multi-diplomado, ou o ser humano mais inteligente da galáxia, fará uma pesquisa de má vontade, sem eficiência e sem se ater a todos o fatos sobre o assunto. É por isso que há tanta confusão sobre o Yeti: falta de interesse dos cientistas, jornalistas, etc. Quem pesquisa sabe diferenciar os três criptidos que o ocidente chama de "Yeti."
   Não é surpresa que identifiquem vários pêlos como sendo de ursos normais ou pré-históricos. Há mesmo uma lenda tibetana para um animal semelhante a um urso. Mas é necessário uma pesquisa por parte de uma pessoa interessada, que sabe separar os "yetis", para se certificar de qual lenda é a questão. E acho falta de interesse, e porque não dizer falta de método,  qualquer cientista que pesquise o assunto, criptozoólogo ou cético, que saia vasculhando museus sensacionalistas em busca de "amostras", e que ainda generalize, chamando qualquer lenda tibetana de "yeti".
   Após essas considerações voltemos a falar do Yeti (o Ye-the/Mi-the/Sogpa). As descrição é de uma grande criatura simiesca, com altura entre 1,65 e 2,3 metros. Tem uma variedade acinzentada e uma variedade castanha; dizem que os cinzentos são maiores que os castanhos. A cabeça deles é alta e um tanto pontuda, como em um gorila. É visto como um bípede.
   O primeiro ocidental que escreveu sobre o Ye-the foi o ministro do Nepal Brian H. Hodgson, em 1832, que escreveu relatos de avistamentos de seus empregados. Em 1917, um rapaz foi raptado por uma fêmea Ye-the, na remota vila tibetana de Keronja, próximo a DhãDing. O folclore local conta que eles deixaram descendentes que ainda estariam vivos.
   As histórias dos locais são inúmeras, desde yetis invadindo poços e plantações de batatas até a crença de que pertençam a sua linhagem. Há pessoas da etnia tibetana xerpa, em Melumche e Chilankha, Nepal, que alegam ter um pai Yeti ou uma mãe Yeti.

    Existe toda uma fauna de animais lendários no Tibete. Há, além de um urso temível (dzu-the), a lenda de uma criatura menor, que vaga pelo Himalaia, que os tibetanos chamam de Teh-lma. É descrita de forma semelhante ao gibão (Hylobates lar) da foto acima. Mas a popularidade do "abominável" é tanta que todas essas lendas são chamadas de "yeti" causando  grande confusão, inclusive entre aqueles que tentam desmitificar o que pensam ser fraudes.

Alguns tibetanos da etnia Xerpa, no Nepal, alegam que possuem um pai ou uma mãe Yeti.

Yowie

   É considerado o Pé-Grande da Austrália. O tamanho mais comum é o humano: entre 1,5 e 1.8 metros. Mas pessoas afirmam que avistaram Yowies de até mais de 3 metros. Sua pelagem é normalmente mais clara que a do Pé-Grande, sendo reportado na cor marrom, bronze, cinza, branco ou mesmo preto. Pele negra. Cabeça com formato de domo, sem pescoço notável. Testa e queixo mínimos. Olhos profundos de cor amarelo ou vermelho. Lendas aborígenes afirmam que os pés são virados para trás, como o nosso curupira.
   São observados andando de forma vacilante, noturnos e solitários. Jovens são vistos trepados em árvores. Algumas vezes são vistos portando um galho.
   William e Joseph Webb atiraram em um Yowie perto de Flea Creek na região de  Brindabella, e New South Wales, 1880. Eles descreveram sua cabeça estando funda entre os ombros e ele berrava profundamente. Eles  não souberam se acertaram porque a criatura escapou com o som do tiro. Pegadas encontradas no local foram descritas como sendo como as humanas, mas com dedos espalhados pelo passo.
   George Summerell alega ter visto um Yowe grisalho bebendo em um riacho perto de Creewah, em New South Wales, em 12 de outubro de 1912. Sydney Wheeler Jephcott, um colono poeta, visitou o local um dia depois e foi capaz de fazer moldes de gesso de mãos e pegadas.
   Em 2 de janeiro de 1987, às duas da madrugada, Stella Donahue e Bill Johnstone  acordaram para ver um enorme símio, com cerca de dois metros de altura, com água até a cintura, atravessando o lago Dulverton, Tasmânia.
  Em 22 de janeiro de 1995, dois garotos viram um Yowe de uns 2 metros ou mais, caminhando pela margem de uma estrada na Floresta Estadual de Ballengarra a sudoeste de Kempsey. Era massivo "algo entre um humano e um gorila", disse um dos garotos. Dezesseis pegadas medindo 30 por 18 centímetros, foram encontradas no local duas semanas depois.

  Outras teorias dos criptozoólogos giram em torno de espécies pré-históricas como o Gigantopithecus (para os três criptidos aqui mencionados), no caso do Yowie, alguns criptozoólogos também sugerem que podem ser um grande marsupial pré-histórico, tal qual o diprotodonte.
   Claro, temos também que considerar, com honestidade, que sejam erros de identificação com ursos (quando se erguem em duas patas), mas isso não explicaria as pegadas encontradas e; sinceramente, a maioria das milhares de testemunhas são caçadores, indígenas e biólogos. Seria um pouco de arrogância de nossa parte acharmos que todos eles se confundiram vendo um urso em duas patas, animal este que eles conhecem muito bem. 

   Imagem do acervo de Wonderlane

Cães Ferais

    Quando não se mostram amigáveis os tememos ao ponto de conferirmos a eles uma aura diabólica e misteriosa. É curioso que o chamemos de "nosso melhor amigo"  mas também o usamos como sinônimo de Diabo:   O Cão.

     Abaixo: Um desenho de  época da criatura que ficou conhecida com Bestia di Cusago, que aterrorizou a região de Milão, na Itália, no ano de 1792. Ela fez diversas vítimas infantis, que infelizmente devorava, a começar por Giuseppe Antonio Gaudenzi, de 10 anos, que  foi atacado pela besta enquanto procurava uma vaca no bosque de Cusago. Esse criptido canino guarda muitas semelhanças com a Besta de Gevaudan, que consideraremos em pormenores  nesse artigo.  ,

  Dentro da espécie humana existem pessoas antissociais, os chamados psicopatas, ou pessoas que não tem controle das emoções, sendo altamente agressivas, predispostas a maldade. Pessoas que estão presas, não só porque estarem pagando por seus crimes, mas também por serem uma ameaça para a sociedade. Qual o motivo para não crer que com os cães também não seja assim?
  Desde cedo evoluindo geneticamente para ser companheiro do homem, tendo originado centenas de raças de uma mesma espécie. Cães possuem uma amplitude genética enorme; e não apenas no aspecto físico. Muita coisa inesperada pode acontecer quando há miscigenação entre diferentes raças. Cães vira-latas podem possuir traços genéticos de mais de 40 raças diferentes! Nem sempre essa mistura gera uma animal fofinho e dócil…
  Cães de rua, em cidades pequenas, rodeadas por florestas, podem se tornar silvestres, procriar com espécies selvagens, e despertar seus piores instintos selvagens; atacando o gado e até pessoas.

  Cães acometidos pelo conjunto certo de doenças podem deveras se tornarem verdadeiros monstros: perdem todo o pelo, ficam agressivos, mudam para hábitos noturnos e podem desenvolver um gosto incomum por sangue.
   Quando falamos de cães, todo o tipo coisa é possível.

 

A Besta de Gevaudan

    Xilogravura representando a Besta de Gevaudan atacando uma pessoa. Note que  não se parece com um lobo ou um cão; esses animais eram muito bem conhecidos. Mas a Besta de Gevaudan é representada em gravuras como um animal diferente e estranho ao que a população está acostumada. Note também as pernas traseiras serem mais baixas do que as pernas dianteiras.

   Animal maior do que um lobo, com pelagem castanha, pernas traseiras maiores do que as dianteiras. Por vezes descrito como uma grande hiena. É descrito como rugindo como um leão; outras vítimas descrevem um som como um riso. Naturalistas da idade média descrevem um animal bastante semelhante denominado Leucotra.
   O ano é 1764, mês de Junho. Uma jovem cuida de vacas em um vilarejo rural da França. (Departamento Lozère,  Fôret de Mercoire próximo a Langogne). Para ela, parecia mais um dia de marasmo rural quando ela avista algo estranho se aproximando dela rapidamente. Algo como um grande lobo, correndo furioso em sua direção. A besta mal teve a oportunidade de ferir a moça, porque os bois espantaram a fera com chifradas. A moça sobreviveu ao ataque com ferimentos leves e pode contar a sua história pelo vilarejo. Começa nessa cena o ataque animal mais sangrento da história da França.
   O próximo ataque da Besta de Gevaudan não acabou tão bem quanto o primeiro. Uma pastorazinha de ovelhas voltando para casa de tarde, de 14 anos, chamada Jeanne Boulet, foi dilacerada pela fera no dia 30 de Junho do mesmo ano. A jovem foi encontrada por um fazendeiro. Ela tinha a garganta rasgada e três ferimentos graves no peito, aparentando marcas de garras.
   Em julho, uma mulher de 35 anos foi encontrada estripada e decapitada, também com marcas de garras no corpo. Houve uma segunda vitima ainda no dia seguinte.
    Camponeses armados com paus e forquilhas se embrenhavam na mata e matavam todos os cães e lobos que encontravam.
   Até o final de Novembro foram 11 ataques fatais nesse povoado, principalmente de mulheres e crianças. Até um exército baseado em Languedoc foi comissionado a caçar a besta.
   As fatalidades aconteciam com mulheres e crianças, mas a besta também atacava homens adultos.
   Mesmo sendo procurado por todo um exército a criatura continuou fazendo vítimas. Em 24 de dezembro de 1764 um garoto de sete anos foi morto pela fera; também um pastor e duas jovens até o final do ano.
   Em 12 de Janeiro de 1965 a Besta de Gevaudan atacou um grupo de crianças em Vileret d’Apcher. Ela agarrou um menino de oito anos, mas foi espantada com pedras e também uma lança.
   Mais uma criança foi perseguida no mesmo mês. O sobrevivente, de 12 anos, chamado Jaques Portefaix, faz uma descrição diferente: ele afirmou que a besta era como um humano com características de lobo. Uma descrição mais para lobisomem. De fato, muitos no povoado acreditavam que a Besta de Gevaudan era um lobisomem. Não é possível saber se a descrição desse garoto foi influenciada pela histeria com lobisomem ou se foi uma descrição fiel. Em um período tão extenso como foi o ataque desse criptido, certamente outros tipos de ataques ocorreram, como ataques de bandidos, ou de outras feras, etc. A histeria da época fazia com que todos os ataques da região de Gevaudan fossem atribuídos a Besta; portanto, é provável que muitos ataques de bandidos, assassinos, etc também fossem creditados erroneamente à Besta de Gevaudan. Portefaix poderia ter sido perseguido meramente por um ser humano ou teria sido perseguido pela Besta de Gevaudan mas se deixado sugerir que era um lobisomem.
   O exército real, comandado pelo capitão Duhamel, não conseguiu caçar a besta, embora tenham abatido mais de 100 lobos comuns na região. Em fevereiro o rei Luís XV convocou o famoso caçador normando Denneval para caçar a fera, que não fez melhor.
   Em junho, um médico, de passagem, teria atirado em um homem vestido com pele de lobo após ouvir gritos de uma mulher em uma fazenda próxima da estrada. O caso parecia estar resolvido, a besta era humana. Mas um agressor humano poderia ter tentado tirar proveito das aparições da besta para atacar mulheres. Duas semanas depois, duas crianças foram encontradas decapitadas em um local costumeiro da Besta de Gevaudan.

   O atirador do rei, Antoine, sieur de Beauterne, foi enviado para Gevoudan ao final de Julho.
Uma menina desapareceu na Vachelerie, próximo a Paulhac-en-Margeride em 8 de Setembro. Depois que um pastor encontrou o gorro dela, Beauterne e alguns caçadores encontraram roupas rasgadas e manchas de sangue. Finalmente encontraram o corpo nu da menina, com marcas de mordida e com a coxa comida até o osso.
   Pelo mês de Setembro, 73 pessoas foram mortas em uma área crescente de cerca de 47 quilômetros de comprimento. Até que Beauterne matou um grande lobo no Royal Abbey of Chazes em Auvergne. Dizem que a besta media cerca de 1,8 metro de comprimento, 80 centímetros de autura e tinha a garganta com pelagem branca. Era 21 de Setembro de 1975.
  A criatura foi examinada e depois levada para um taxidermista em Clermont Ferrand (taxidermista este que é o protagonista do filme francês Le pacte des loups - 2001, que reimagina esta história), depois foi preservado no Muséum d’Histoire Naturelle em Paris, onde foi exibido por algum tempo até ser perdido.
   Embora os ataques tenham parado por cerca de três meses, duas crianças foram atacadas perto de Mont Mouchet, em 2 de Dezembro.
   E mais crianças foram mortas em Fevereiro e Março de 1766. O povoado apelou novamente para o rei mas com a besta oficialmente morta, o pedido de ajuda foi negado.
   Em 17 de Junho, Jeanne Bastide, 19 anos, foi sepultada como sendo vítima do animal, segundo registrou o padre de Binière.
   Após outra menina ser morta em Nozerolles, 18 de junho de 1767, o marquês de d’Apchere, mais vinte caçadores e cães de caça, partiram em uma expedição para rastrear a besta; um deles era o fazendeiro Jean Chastel.
   Às 10 e 15 da manhã de 19 de junho, o marquês deu a ordem para soltar os cachorros. Jean Chastel acertou em uma fera castanha. A lenda diz que ele fez balas de prata e pediu para um padre benzê-las. Chastel encontrou a Besta a cerca de 20 ou 30 metros e matou-a. O animal foi exibido na região por duas semanas. Nenhum novo ataque aconteceu após esse animal ser abatido. Visto que besta já estava cheirando muito mal, ela teve que se retirada. A Besta de Gevoudan, já em estado de decomposição, foi taxidermizada e levada para Paris. Lá foi examinada por um naturalista do comitê de Buffon.
   A besta foi exibida pelo Muséum d’Histoire Naturelle até 1819 e, durante sua exibição, o livro-guia do museu identificava-a com uma hiena listrada (Hyaena hyaena).
  Os registros contam exatamente 100 fatalidades entre junho de 1764 e junho de 1767, atribuídas a esse criptido.
  Teorias sobre a identidade desse criptido variam. Muito pesquisadores afirmam que foram apenas ataque de lobos comuns enfeitada por uma histeria em massa. O problema dessa teoria é que os lobos foram, na verdade, as maiores vítimas da história. Durante esse três anos de ataques, lobos foram dizimados na região por turbas furiosas, depois o exército caçou todos os lobos que podiam, registrando mais de 100 abates, na tentativa de fazer os ataques pararem. Se a Besta fossem lobos, mesmo contaminados com raiva, é pouco provável que não tivessem sido caçados nessas expedições. A Besta era um animal de comportamento diferente de lobos, que caçadores experientes não puderam encontrar. Além do mais, nenhum canídeo comum seria capaz de realizar os ataques registrado, entre decapitações e desmembramentos; simplesmente a fisiologia de sua mandíbula é incapaz disso.
   Alguns especialistas sugerem animais como um carcaju, que prefere regiões muito mais frias do que a França. Outros lembram dos híbridos felinos como o Liger (leão com tigre), que chega a ficar enorme. Outros preferem a teoria de que foi um leão jovem, não-jubado.

   Outros, como o criptozoólogo francês Jean-Jacques Barloy, sugerem que o verdadeiro criptido foi morto por Antoine em 1765 e depois protestantes soltaram cachorros (ou uma hiena) pelas propriedades de católicos. Na época havia muita rivalidade entre católicos e jesuítas.

  Mas a teoria mais aceita é que foi uma hiena. Animais exóticos faziam parte de coleções particulares de pessoas nobres daquela época. No caso de ter havido más intenções humanas, qualquer um dos animais descritos acima poderiam ser a Besta de Gevoudan. Ou, algum animal exótico poderia ter fugido dessas coleções pessoais.
  O único candidato que é capaz de realizar esse ataques é a hiena. Hienas possuem uma dentição e maxilar adaptados para dilacerar ossos e digerir quase tudo de uma carcaça animal. Ela corresponde também com a maioria das descrições do criptido, principalmente ter os membros dianteiros maiores que os membros traseiros.
   Mas tantos ataques horríveis, por tanto tempo, nos faz pensar em hiena muito grande; visto que o tamanho das hienas que conhecemos não é algo tão ameaçador. Em tempo pré-históricos espécies de hienas chegavam a ter mais 360 quilos, como o Dinocrocuta. Mas animais pré-históricos mais recentes, como da fauna do final do Pleistoceno, Era do Gelo, podem ter sobrevivido até os dias de hoje. Não parece tão absurdo quanto soa. Algumas espécies da época do pleistoceno, ou mesmo antes, foram redescobertas nos dias atuais (isso será considerado mais adiante).
  Uma subespécie da hiena-manchada (Crocuta crocuta) realmente existiu a cerca de 20 000 anos atrás na península ibérica, região europeia muito próxima a França. Foi a Hiena-das-cavernas (Crocuta crocuta spelaea). De fato, ela era maior do que as hienas atuais.
   É difícil identificarmos precisamente que tipo de hiena (se foi realmente uma hiena) uma vez que animais empalhados em museus, após algumas décadas, são desmontados e usados em outras taxidermizações; provavelmente foi isso que aconteceu ao exemplar caçado por Chastel.

    A corajosa Jeanne Jouve, mãe de seis filhos, impediu que a Besta levasse dois deles, enquanto eles estavam com ela ao ar livre, em 13 de março de 1765.

    Com a ajuda de seu outro filho, de 13 anos, e de seu cão de caça, que ouviram os gritos de socorro,  ela realmente lutou com a besta. O cão de caça avançou na besta, que largou a criança para poder lutar com os  três. Acabou fugindo ao perceber-se em desvantagem.

    A menina de 9 anos e o menino de 6 anos sobreviveram ao ataque; mas, infelizmente, o menor sucumbiu aos ferimentos no dia 19. 

     Essa mãe é recordada como uma heroína nesta gravura no Journal des Chasseurs (Jornal dos Caçadores) , de Setembro de 1840. .

 

    Esta gravura, pertencente a coleção de peças relacionadas à Besta de Gevaudan de Gervais-François Magné de Marolles, representa a besta caçada por Sieur Antoine de Beauterne.

    A criatura era estranha e de tamanho descomunal,  foi taxidermizada e mantida no Muséum d’Histoire Naturelle de Paris por décadas até seus restos serem reutilizados em outros trabalhos. 

 

 "Nós declaramos pelo presente relatório, assinado pelas nossas mãos, que nunca vimos um lobo tão grande que possa ser comparado a este, é por isso que estimamos que esta poderia ser a besta temível que causou tanto dano."

- Sieur Antoine de Beauterne, 1765

   Hienas eram animais exóticos para os franceses, pertencentes a algumas coleções particulares na época dos ataques. Muitos aldeões desconheciam esse animal. A hiena corresponde bem às gravuras de Besta de Gevaudán. Além disso, uma versão maior e mais forte de hiena fazia parte da fauna pré-histórica da França. Espécimes remanescentes de animais pré-históricos não seria uma hipótese tão louca assim, uma vez que houveram redescobertas recentes de animais que pensava-se existir somente na pré-história; são chamados de fósseis vivos.

O Chupacabras

   Existem dois criptidos identificados como Chupacabras: um tipo ET e o outro tipo Canídeo. O Chupacabras mais extraterrestre está relacionado com discos voadores, sendo, possivelmente, uma EBE (entidade biológica extraterrestre)… assunto para ufologia e este é um artigo de criptozoologia, certo?
   O chupacabras canídeo tem todas características desse grupo que estamos considerando: Os cães ferais. É, muito provavelmente, um cão fugitivo, que se voltou à aos instintos silvestres, provavelmente acometido de sarna em estado avançado, o que faz com que seu pêlo caia totalmente. Também o formato de sua cabeça é incomum para um cão, seus caninos são maiores e outros detalhes que podem indicar que seja alguma espécie nova, um hibridismo novo, ou alguma mutação, ou um conjunto de fatores, inclusive doenças, que o deixam diferente do comum, tanto em seu aspecto quanto em seu comportamento mais agressivo e hematófago.
   Aterroriza as américas desde o Texas até o sul do Brasil atacando galinhas, cabras e até mesmo animais maiores. Destroça suas vítimas e bebe seu sangue, e não chupa, como o nome parece sugerir.

   Muitos chupacabras já foram mortos e outros até mesmo capturados vivos.
   Uma das criaturas capturadas possui os olhos azuis, uma adaptação à vida noturna.
   Análises de DNA de uma das criaturas sugerem que seja um híbrido entre lobo e chacal. Mas o aspecto físico do animal permanece inexplicado.
  Consta com milhares de avistamentos e, sendo um assunto extenso e muito batido pela mídia, eu não irei me delongar muito nesse criptido.

   Um Chupacabras foi morto em Angelina County, Texas, EUA, em 8 de Outubro de 2004. Na região, e besta era conhecida como "Elmendorf Beast". Quando a funcionária do zoológico examinou o corpo estava necrótico embora tenha sido morto horas atrás.

   Quem já passou dos 30 se lembra do babafá que este criptido causou aqui no Brasil, com centenas de ataques registrados.

   Na região de Sorocaba, em Cesário Lange, várias mortes de cabras, galinhas e ovelhas foram registradas, normalmente com muito pouco sangue presente no local.

Sete cabras e três ovelhas amanhecerem mortas com seu sangue extraído em duas propriedades rurais de Cesário Lange,  na região de Sorocaba, entre os dias 23 e 26 de Outubro de 1999. Esse tipo de ataques já vinha sendo registrado na região até dois anos antes.

  Na madrugada do dia 23, cinco cabras e três ovelhas foram mortas na Fazenda Nova Esperança, no Bairro Vital Brasil. O caseiro Marco Antônio de Souza  achou  os  animais mortos  no  barracão  onde ficavam recolhidos à noite. Ele relata que não encontrou sangue no local, fato que achou estranho. A testemunha afirma que os animais apresentavam  unicamente um furo no pescoço; embora uma das ovelhas apresentasse outros ferimentos também no pescoço. Mesmo morando muito próximo ao barração ele não ouviu nada durante a noite, e os cães não alardearam a presença do predador. Mais duas cabras foram mortas no dia 26, em um sítio no Bairro Água Branca.


 

A Besta do Maine

   Um chupacabras vivo  foi filmado por vários segundos pela câmera de segurança de uma viatura policial  na região rural de Cuero, Texas. Em 8 de Agosto de 2008. Em certo momento, o criptido olha para trás revelando uma cabeça bizarra.

   Um cão muito estranho morto em agosto de 2006. Tinha o focinho extremamente curto e orelhas pequenas. O animal foi encontrado morto próximo de uma estação elétrica, na rota 4, em 12 ade Agosto de 2006.
  Desde 1991, os moradores da região da região de Androscogging relatam avistamentos e ataques de um animal com descrições estranhas, algo como uma hiena, um cachorro atarracado, que foi considerado o responsável por matar, em 2004, um dobermann de 16 anos em Wales. Posteriormente, o audacioso critptido foi visto tentando atacar um rottweiler em Greene.
   Foi relatado que o animal grita alto, como se chorasse. A criatura cheirava muito mal. Um expert em caça opinou que poderia ser um coiote melanístico.

 

   As fotografias possuem direitos autorais. Mas foram publicadas no seguinte artigo com a permissão do autor:

Clique para visualizar as fotos.

Big Cats

  Ter animais exóticos era moda entre socialites e artistas na Europa desde  a década de 20.  Os preferidos eram os felinos, principalmente panteras e cheetahs. Esses animais passeavam como cãezinhos na rua e causavam medo na população. (A imagem acima é meramente uma ilustração) . No Reino Unido, na década de 70, uma difícil  licença passou a ser requerida para ter esses animais como pets, com a lei Dangerous Animals Acts, de 1976; acredita-se que, por conta disso, centenas desses grandes felinos foram soltos pelos seus donos em áreas isoladas..

  Grandes felinos desapareceram da Europa ainda na época pré-histórica. Mas após uma moda de ter tigres, leopardos e mesmo leões, como animais de estimação na Europa, até os anos 70, com o surgimento de leis mais rígidas contra ter animais perigosos (Dangerous Wild Animals Act 1976), criou-se a lenda de que tais animais foram soltos indiscriminadamente por aí. Esses animais teriam se naturalizado, talvez até mudado hábitos e aspecto físico, teriam procriado entre si, quem sabe criando prole híbrida, como o Liger. Milhares de avistamentos, gado aparecendo estraçalhado pelas fazendas, fotos polêmicas, etc... surgiu o criptido Big Cat.

   Podem ter a aparência de qualquer grande felino, principalmente panteras (leopardo melanistico) e pumas. Atacam o gado das fazendas, assustam pessoas, provocam debates entre céticos e criptozoólogos.
    Em 1983, quando um agricultor do sul de Molton alegou ter perdido mais de 100 ovelhas, no espaço de três meses, todas aparentemente mortas por ferimentos violentos na garganta. O animal que teria feito esses ataques foi chamado de Besta de Exmoor.
   Em 20 de Setembro de 1976, Alec Jamieson, de Lincolnshire, Inglaterra, avistou um grande felino cor de areia com cerca de um metro e meio de comprimento. Após isso pegadas foram encontradas medindo 7 centímetros de comprimento por 8 centímetros de largura.
   Donald Mackenzie e seu filho estavam caçando raposas em 12 de dezembro de 1977, quando atiraram em um gato grande nadando no rio Naver, próximo a Bettyhil, Highland, na Escócia. Foi descrito como tendo olhos vermelhos, pelagem escura e peitoral esbranquiçado. A criatura ferida continuou sendo perseguida por Mackenzie em seu Land Rover, ele até conseguiu atirar novamente, mas a criatura fugiu.
   Em Bodmim Moor, Cornwall, Inglaterra, há relatos de avistamento de um grande gato, como uma pantera negra, atacando o gado e sendo avistada pelos moradores à partir de 1978. A criatura ficou conhecida conhecida como a Besta de Bodmim Moor.
   Em vista de predação de gado, Ted Noble conseguiu capturar uma fêmea de puma próximo a Cannich, Highland, na Escócia. O animal estava velho, manco e dócil, ficou em exposição no Highland Wildlife Park, onde ronronava para os visitantes. Os relatos de predação de gado não cessaram com a captura, foi concluído que haviam outros predadores na área.
   Um grande gato cinzento foi visto por várias pessoas em Tonmawr, Neath Porta Talbot, Pais de Gales, em novembro de 1981. O felino foi fotografado por Steven Joyce. Di Francis encontrou e fotografou pegadas quando foi investigar, mais tarde, o local; media 10 centímetros de comprimento; ele também conseguiu fotografam um grande gato preto no local.
   Em 16 de junho de 1999, a empilhadeira de Raymond Cibor, foi atacada por um grande felino alaranjado com listas negras nas costas. Isso ocorreu em Armthorpe, Doncaster, Inglaterra. A polícia encontrou pistas que indicam que o animal era um cão.
   Uma câmera de vigilância capturou em vídeo uma grande pantera em uma olaria próxima a Telford, Shropshire, Inglaterra. Os seguranças afirmaram terem visto uma pantera de 1,8 metros de comprimento anteriormente.
   Alastair Skinner viu um gato como uma pantera de 1,5 metros com uma longa cauda, em uma noite de dezembro de 1999, em Rogie Falls, Highland, Escócia.
   Um gato de 1,5 metros de comprimento arranhou e mordeu o jovem de 11 anos Joshua Hopkins, próximo a Trellech, Carmarthenshire, País de Gales. Uma ocorrência médica de 23 de agosto de 2000, confirma que o garoto foi tratado em um hospital próximo.
   O vigário Kenneth Wakefield avistou uma pantera negra, de pelagem brilhante, atravessando uma estrada próximo a Launceston, Cornwall, em 25 de dezembro de 2001. Tinha 1,8 metros de comprimento e cerca de um metro na altura do ombro.
   Nos Estados Unidos, na Carolina do Norte, a Besta de Bladenboro é descrita como um grande gato preto. O criptido costumava matar cães em Clarkton, perto de Bladenboro, no ano de 1953 e 1954. O primeiro ataque a um cão ocorreu em 29 de dezembro de 1953. A besta aterrorizou a cidade por uma semana. Matando 9 cães e um coelho de estimação. Estranhamente, a besta costumava beber o sangue de suas vitimas.

 

Avistamentos antes do Ato de Animais Perigosos de 1976

  Há relatos de predação de ovelhas em maio de 1810 no Ennerdale Water, Cumbria, Inglaterra. Também em 1905 no Great Badminton, South Gloucestershire, Inglaterra; e em Janeiro de 1927 em Inverness, Highland, Escócia. As marcas deixadas indicam que os animais podem ter sido mortos por Big Cats.

   Fotos de Alien Big Cats, como  são chamados na criptozoologia esses criptidos, não são a principal evidência; a região onde as fotos são tiradas são palco de estranhas mutilações de gado.   

    Abaixo: Paul Westwood fotografou o que parece ser um puma caminhando em cima de um muro em Derbyshire em 2007;

    Ao lado: Em 2017, uma mãe que não quis se identificar fotografou esse massivo felino no Crowcombe Park Gate, nos montes Quantock em Sommerset. A mulher de 32 anos estava passeando com a filha, de 14, quando avistou o felino, no que fotografou-o.    (Via Dailymail)

Leões D'água

  Grandes e ferozes criaturas descritas como felinos com dentes enormes ou mesmo chifres são reportados atacar canoas de nativos e pescadores, principalmente no continente africano.  Apesar de que muitos felinos tenham afinidade com a água, felinos comuns seriam capazes de virar canoas e atacar seus tripulantes?

    A figura ao lado, de 1980, descreve um Bunyip, criptido australiano que trás muitas semelhanças com as criaturas que estudaremos agora: os Leões d'Água.

  A descrição de tais criaturas varia em diferentes regiões, podendo possuir pelagem camuflada como em um leopardo, juba e até mesmo chifres. Alguns pesquisadores do fenômeno teorizam que os leões d'água podem ser felinos semelhantes ao Smilodonte, ou dentes-de-sabre. Embora muitos dos felinos conhecidos tenham afinidade com a água, os felinos atuais não costumam derrubar canoas e nem mesmo estariam áptos a realizar múltiplos ataques consecutivos em pleno nado.
   Hipopótamos são muitos conhecidos por atacar canoas, mas nenhuma das descrições de testemunhas dos leões d'água lembram, nem de longe, a hipopótamos; além do fato de que os próprios hipopótamos parecem serem vítimas desses estranhos leões d'água.

   Um grupo de nativos pescando de canoa no rio quando... um imenso felino aparece por debaixo da água e derruba a canoa, buscando suas presas agora indefesas. É assim que os nativos africanos descrevem certas ocorrências em seu cotidiano. Embora alguns especialistas tenham seus próprios candidatos, como hipopótamos e elefantes, temos que nos lembrar de que os nativos não são pessoas ignorantes, já estão faz milênios em convívio com a fauna de sua região e conhecem muito bem um hipopótamo. Assim, temos mesmo que considerar que essas criaturas que derrubam os barcos dos nativos possam ser espécies desconhecidas.
  Os Leões d'Água são descritos como grandes criaturas felinas, de hábitos aquáticos ou anfíbios, que derrubam os barcos em lagos e rios, principalmente no continente africano.

   Em Agosto de 1910 ou 1911 um barco de atiradores franco-africanos foi virado por uma criatura felina desconhecida. A criatura felina abocanhou um dos tripulantes e o levou para baixo d'água. O fato ocorreu no rio africano Bamingui. Os registros no posto avançado de Ndelé confirma o desaparecimento do atirador. Os sobreviventes do ataque descreveram uma criatura como um leopardo mas com listras. Lendas da região falam sobre o Morou-Ngou, um grande felino com caninos enormes sobressaindo de sua boca. A palavra Morou-Ngou significa "leopardo d'água" no idioma Ubangi; outras variantes do nome são Nze-ti-gou e Ze-ti-ngu (do crioulo: leopardo d'água).
  O funcionário francês Lucien Blancou presenciou várias vezes as atividades do que ele chamou Morou-Ngou nas proximidades da vila de Dogolomandji, República Centro-Africana. Na noite de 26 de maio de 1930 uma grande criatura que ruge mordeu a carcaça de um hipopótamo que Lucien havia abatido. Lucien, que avistou a criatura, afirmou que não era um crocodilo. Seis anos depois, o mesmo Lucien Blancou disse em Kaga Bandoro que o Morou-Ngou levou vários homens da vila de Dogolomandji, no rio Gribingui; afirmou que a criatura não deixou nenhum vestígio de suas vítimas, diferentemente de crocodilos.

    Nos anos 50, uma criatura estranha, que bate com a descrição do Morou-Ngou, foi capturada em uma rede de pesca. Os aldeões o mataram e preservaram seu crânio. Crê-se que o crânio ainda está em posse da aldeia, sendo resguardada pelo chefe da tribo.
   Na Angola, essa criatura é chamada de Coje Ya Menia ("leão da água" em Buntu). Há registros de que, na década de 30, certo caminhoneiro português ouviu rumores de que um Leão d'água havia matado um hipopótamo. Ele saiu com alguns rastreadores e começaram a seguir uma trilha de hipopótamos junto com um animal menor. Eles encontraram o hipopótamo  parcialmente comido e uma área com mato e arbustos amassados.
  Talvez o mais estranho criptido da categoria leão-d'água seja o Dingonek. Dizem ser um animal escamoso, com dentes de morsa, um unicorno e cauda terminada em um apêndice ou ferrão. Parece que a única vez que um não-nativo avistou o Dingonek foi em 1907, no rio Migori, quando John Alfred Jordan, um caçador esportivo, avistou o bicho e atirou com uma bala .303, que ao invés de feri-lo apenas o irritou. Ele afirmou que o animal tinha dentes como de uma morsa. Os nativos da região do Congo, clamam vê-lo e afirmam que leva os pescadores de suas canoas.Alguns pesquisadores acreditam ser um grande felino que, molhado, faça sua pelagem parecer escamas. Um felino com dentes de morsa só poderia ser o pre-histórico Smilodonte. Um tufo de pêlos na ponta da cauda, à la leão, poderia explicar a aparente cauda de escorpião.
    Mas ainda há um ponto que dá certa credibilidade a esses avistamentos:  Os nativos descre-vem esses leões d'água como sendo muito parecidos com os Dentes-de-Sabre pré-históricos.  Uma vez que tais nativos não praticam a atividade de escavar fósseis, temos que considerar seriamente se eles realmente não viram criaturas com essas descrições!

  Um animal africano que é conhecido  por virar barcos é o  hipopótamo. Esse animal poderia ser confundido com um felino de dentes de sabre. Mas o problema dessa teoria é que os nativos africanos estão habituados a lidar com ataques de hipopótamos, mas descrevem os leões d'àgua como animais diferentes. Outro fato estranho é que  hipopótamos não parecem ser os responsáveis pelos ataques de leões d'água, pelo contrário, parecem ser vítimas frequentes deles.

 Os nativos descrevem esses leões d'água como sendo muito parecidos com os Dentes-de-Sabre pré-históricos.  Uma vez que tais nativos não praticam a atividade de escavar fósseis, temos que considerar seriamente se eles realmente não viram criaturas com essas descrições!

Dinossauros

  Embora seja óbvio que a época dos dinossauros tenha precedido em milhões de anos a época humana, me parece que civilizações antigas, ao menos, tem alguma memória ancestral da era dos dinossauros. Poderiam ser resultado de populações sobreviventes desses répteis em alguma parte remota da Terra? Poderiam ainda estar vivos? Na foto de cima, em uma parte de um grande mosaico da era romana, nas ruínas de Palestrina, Itália, há o desenho de um tipo réptil gigantesco, com a palavra "Crocodilopardalis" transcrita; o antigo artista romano tentou retratar o rio Nilo na obra. Mais abaixo, uma representação  do  Megalania (Varanus priscus), no museu Riversleigh Fossil Centre  em Queensland, Australia (foto por Arthur Chapman). Era um varano de mais de 7 metros de comprimento, que viveu a apenas 2 milhões de anos atrás, e que muitos afirmam vê-lo até o hoje. O  Megalania é, portanto, um criptido.

  Muitos cientistas afirmam que dinossauros viraram aves, ou que se extinguiram com a queda de um meteoro. Seria o nosso planeta Terra tão uniforme assim? Não poderia, em algum lugar pouco frequentado da terra, um vale perdido, ter sobrevivido alguma população de dinossauros?
   Os nativos são muitas vezes atormentados por criaturas que a civilização urbanizada desconhece. Melhor dizendo, alguns desses monstros conhecemos muito bem; estão em nossos livros sobre a pré-história. Chamamos de dinossauros e pterossauros.

    O que eles chamam de Mokele-mbembe, é descrito como um saurópode. Há também o Emela-nouka, que pode ser entendido, quem sabe, como um tricerátops. Eles também avistam um tipo de estegossauro que chamam de Mbielu-mbielu-mbielu. Há até seres tipo "pterossauros" que eles conhecem com Kongamato. Vamos considerar aqui os três primeiros.

Mokele-Mbembe

   Indígenas africanos descrevem monstros que correspondem tão bem a dinossauros que nos perguntamos como eles sabem do aspecto dessas criaturas, uma vez que os dinossauros não foram contemporâneos a seres humanos de nenhuma espécie. Quando pesquisadores pedem para os nativos apontarem qual desenho representa o Mokele-mbembe, em uma lista que contém, além de rinocerontes, hipopótamos e elefantes, um braquiossauro, os nativos sempre apontam para o braquiossauro, sendo que desconhecem era dos dinossauros.
   O Mokele-Mbembe é descrito como uma criatura do tamanho de um elefante, com cerca de 11 metros de comprimento. Seu nome vem do idioma Lingala, do povo Bantu, significa "aquele que impede o fluxo do rio." Entre 1,5 e 2,1 metros de altura do ombro. Pele lisa marrom ou avermelhada. Pescoço entre 2 a 4 metros de comprimento. A descrição é muito semelhante a dinossauros saurópodes  como o titanossauro. Os pés são redondos como as de elefantes, salvo que parece deixar marcas de dedos com garras em suas pegadas. Cauda muscular e flexível que dizem usar como chicote, hábito comum aos répteis.
   É avistado frequentemente em lagos, parcialmente submerso, deixando visível sua corcova e seu longo pescoço. Apesar de ser vegetarianos, comendo ramos de árvores que alcança com seu longo pescoço, mortes de hipopótamos são atribuídas e a esse criptídeo. Cava tocas nas margens dos rios e é territorial. Costuma derrubar canoas que encontra e atacar os seus tripulantes.
   Em meados do século XVIII, pegadas estranhas foram encontradas por missionários da região do Gabão ou do Congo. As pegadas tinham cerca de 1 metro de circunferência estavam a uma distância de que variava entre 2,1 e 2,4 metros uma pegada da outra.
   O governo alemão comissionou o capitão  Freiherr von Stein zu Lausnitz a investigar o Mokele Mbembe durante a expedição de Likuala-Kongo, em 1913. Os nativos disseram que tinha a pele lisa, o tamanho de um elefante, presas compridas e mostraram um caminho por onde o animal costuma passar para obter seu alimento preferido, a liana branca.
   No ano de 1932 ou 33, os criptozoólogos Ivan T. Sanderson e Gerald Russell ouviram um  grande rugido e viram uma grande besta sair de uma caverna submersa, no Mamfe Pool do Rio Cross, Camarões. Tudo o que puderam ver foi uma cabeça enorme, maior que a de um hipopótamo, que criou uma onda quando submergiu. Alguns meses depois encontraram grandes trilhas e pegadas como de hipopótamo perto do rio.
   Em 1935, Firman Mosomele viu um Mokele-Mbembe no rio Likouala aux Herbes, República do Congo. Tinha a cabeça como a de uma cobra e pescoço entre 1,8 a 2,4 metros de comprimento.
  Por volta de 1959, um Mokele-mbembe foi morto por pigmeus no lago Télé, Congo. Eles o prenderam colocando uma barragem no caminho por onde ele costumava entrar no lago. O animal acuado foi ferido com lanças até a morte. Eles cortaram sua carne e a comeram, mas conta-se que todos os que comeram a carne morreram pouco tempo depois.
  Nicolas Mondongo estavam caçando macacos perto do rio Likouala aux Herbes, entre Bandéko e Mokengui, na década de 60, quando ele viu uma criatura se erguer da água, há cerca de 13 metros de distância. Tinha um pescoço de 1,8 metros de comprimento, tinha quatro patas musculosas e uma longa cauda.
   Em uma expedição ao lago Télé, entre 9 de Outubro a 9 de Dezembro, 1981, Herman Regusters e sua equipe observaram vários distúrbios na água, provocados por um grande animal. Eles chegaram a avistar, por alguns segundos, um longo pescoço, em uma dessas ocasiões. Em 4 de Novembro,  Herman Regusters gravou o som de um animal fazendo um grunhido estranho.
   Em uma expedição à região de Likouala, Congo, entre 27 de outubro e 3 de dezembro de 1981, Roy Mackal, Richard Greenwell, e Justin Wilkinson encontraram um estranho rastro feito por um animal muito grande, no rio Likouala entre Itanga e Mahounda.
  Em outra expedição, agora congolesa, liderada por Marcellin Agnagna, ao pântano de Likouala e o lago Télé, entre 13 de abril e 17 de maio de 1983. Agnagna viu, no dia 1 de maio, um estranho animal, com um dorso amplo e um longo pescoço nadando no lago, a visão durou cerca de vinte minutos. Embora Agnagna estivesse observando o animal com uma lente de telefoto, a câmara não estava configurada corretamente e não foi possível capturar uma imagem do animal. A expedição também encontrou pegadas recentes em Djeké.
  O cinegrafista Tatsuo Watanabe filmou em 1992, de helicóptero, um estranho animal cruzando o lago Télé. O animal estava submerso e quase nada foi capturado no vídeo.
   Um segurança de uma aldeia em Moloundou, Camarões, viu um Mokele-mbembe no rio Boumba em fevereiro do ano 2000. A criatura estava descendo o rio e, quando viu a jangada, mudou de direção, rio acima.

   Essa pegada estranha foi encontrada e fotografada na República do Congo em 1966.. Muitos atribuem-na ao Mokele-Mbembe, segundo as descrições dos nativos.

   Ouça a gravação  de Herman Regusters, feita durante sua expedição em busca do Mokele Mbembe, 1981 (apenas áudio)

Emeula-Natuka

   Ilustração do criptido Emela-Natuka. De Tim Bertelink

   Um animal com aparência reptiliana, mas do tamanho de um elefante, ou maior. Tem um único chifre em seu nariz, tal qual um rinoceronte, mas possui uma longa cauda, como de crocodilo, possui bico córneo como uma tartaruga e patas maciças. Se o Mokele-Mbembe poderia ser descrito como um saurópode, o Emeula-Ntouka poderia ser um dinossauro ceratopsídeo. Ele tem hábitos anfíbios e é visto, principalmente, na África Central, onde crê-se estripar elefantes e hipopótamos com seu chifre.
   Ememula-Notuka vem do dialeto Bomitaba, e significa "matador de elefantes." Mas o criptido também é chamado de Chipekwe ("monstro"), Nyama e Nsanga (nomes de peixes).
   Ainda no início do século XX, aventureiros como Hans Schomburgk reportaram a existência de um animal misterioso, algo entre elefante e dragão, pelos arredores pantanosos da Zambia. Hans Schomburgk, ao observar a falta de hipopótamos no lago Bangweulu, deduziu que seria resultado da predação por essa criatura desconhecida.
   O povo Aushi tem uma história de que mataram, certa vez, um Chipekwe usando lanças, no fundo do lago Luapula, Zambia. Ele o descrevem com tendo um corpo liso, escuro e com um chifre de marfim no focinho.
   Em 1906, o colono R. Green recebeu uma notícia dos nativos de que um hipopótamo teve a garganta rasgada por um Chipekwe, no rio Lukulu.
  Em 1919, o administrador ferroviário belga chamado Lepage foi perseguido por uma criatura que ele descreveu como um dinossauro, com "presas semelhantes a chifres",  e uma corcunda escamosa. Dizem que ele fugiu assustado pela vila Fungurume, região de Katanga, Congo. Dizem que, após esse evento, um caçador belga chamado Gapelle afirmou ter rastreado uma criatura semelhante, por cerca de 20 quilômetros, até avistá-la. Ele a descreveu  como tendo uma "cauda de canguru" e um chifre no focinho. Após um acidente ferroviário ter tirado a vida de três membros de uma expedição do Instituto Smithsonian, crê-se que eles estavam, na verdade, procurando pela criatura.
   Mas para o pesquisador Wentworth Gray, tais histórias são farsas, afirmando que Gapelle é um anagrama para Lepage e que o Instituto Smithsonian não estava caçando nenhuma criatura desconhecida. Particularmente, eu acho estranho um farsante inventar uma história usando um anagrama, sendo que ele poderia usar o nome que quisesse para a sua história ficar mais crível; a menos que tenha sido criada justamente para desacreditar a história de Lepage. Também não é possível saber o que o Instituto Smithsonian estava fazendo na África Central durante a morte dos exploradores. A história de Lepage, entretanto, continua sem resposta.

 Em 1906, o colono R. Green recebeu uma notícia dos nativos de que um hipopótamo teve a garganta rasgada pelo criptido no rio Lukulu.

Mbielu-mbielu-mbielu

   Ao lado:  Uma estranha fotografia que é atribuída a vários criptidos africanos, inclusive ao Mbielu.

  Abaixo:  Um imagem iconográfica,  no templo Ta Prohm, Camboja, construída pelo rei Jayavarman VII, do século XII, Lembra claramente um estegossauro, próximo às famosas ruínas de Ankor Wat. Foto por Harald Hoyer.

   Se temos um suposto saurópode e um ceratopsídeo, por que não um estegossauro? Os nativos também descrevem uma criatura que se parece com um estegossauro, o Mbielu-mbielu-mbielu. O nem vem de um dialeto Bantu, mas não pude encontrar o significado, o conhecimento sobre dialetos africanos desse humilde escritor que vos escreve é bem limitado.
   É descrito como tendo grandes placas nas costas, cobertas com algas ou grama. Também é visto frequentemente na água.
   Esse animal misterioso é visto principalmente em Epéna, Ikekesse. Roy Mackal, ao estudar o conhecimento dos nativos sobre a fauna de sua região, entrevistou uma mulher nativa de Bouanila, Congo, chamada Odette Gesonget, em 1980. Ela apontou para uma figura de um estegossauro em um livro mostrado pelo pesquisador, e afirmou que seu pais haviam lhe dito sobre ele.
   Não podemos afirmar, é claro, que temos certeza que esses avistamentos e criaturas do conhecimento nativo sejam, de fato, dinossauros. Mas sabemos que há precedentes de populações de animais pré-históricos sobrevivendo até os dias de hoje. Não parece, mas continentes como a África possuem vastidões de território pouco explorado por pessoas não-indígenas. Independente de ainda existir dinossauro ou não, animais de grande porte, desconhecidos, podem sim estar escondidos nelas terras vastas, com população suficiente para sobreviver como espécie.

Monstros Marinhos

  Águas profundas são para nós tão inóspitas que as envolvemos em mistérios; é um local vasto que não podemos explorar com facilidade. Sempre nos perguntamos que tipo de monstros poderiam viver embaixo da água. Na foto acima, fotografia tirada em 1938 do que se supõe ser o Ogopogo, uma lenda canadense. É visto como uma criatura serpentina que nada por meio de ondulações na vertical ao invés de na horizontal. Ao lado, a muito tempo já suspeitávamos  da existência das lulas gigantes descritas pelos marinheiros, pois baleias apareciam com marcas de sucção enormes dos tentáculos dessas lulas. Até hoje essas são ainda as mais frequentes evidências da elusiva lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni). Baseado em bicos córneos dessas lulas, encontradas no estômago de baleias, estima-se que cheguem a estonteantes 22 metros de comprimento.

  Controversas, muito controversas criaturas que crê-se habitar lagos e mares pelo mundo. É claro que a prefeitura local, nesses casos, tende a estimular a lenda para gerar turismo. Mas pessoas sinceras realmente afirmam ter visto essas criaturas, o quê elas viram? Alguns desses avistamentos podem ser confusões com bandos de lontras nadando, bancos de areia no meio de lagos, inclusive algumas fotografias famosas podem ser explicadas de forma parecidas. Mas há alguns encontros muito difíceis de serem confusões, as criaturas saem da água, como anfíbios, e dão às caras para algumas seletas testemunhas...

Nessie

   Claro que vou começar falando do pop star da criptozoologia: o Mostro do Lago Ness. Chamado carinhosamente de Nessie.
    Esse criptido famoso, do Lago Ness, Escócia, é descrito como uma criatura similar ao pré-histórico plessiosauro: corpo massivo, pescoço e cauda longas e nadadeiras, com um comprimento total entre 3 a 15 metros. Crê-se que o Nessie pode se locomover fora da água, semelhante a uma foca.
   Poderíamos dizer que o primeiro relato do Nessie data de cerca de 580 a.D., quando o missionário Irlandês, hoje santificado com st. Columbia, foi chamado para exorcizar uma criatura misteriosa perto da foz do lago Ness.
  D. MacKenzie de Balhain estava de pé sobre uma rocha em Abriachan, em outubro 1871 ou 1872, quando ele viu um objeto como um barco virado agitando a água e movendo-se através do lago de Aldourie.
  Margaret Cameron e três irmãos viram um monstro de seis metros mover-se pelas árvores para dentro da água em Inchnacardoch Bay em 1919. Tinha dois pés curtos, redondos e se movia como uma lagarta.
  George F. T. Spicer e sua esposa viram Nessie atravessar a estrada na frente deles Era uma tarde de 22 de Julho de 1933 quando ele estavam dirigindo entre Dores e Foyers. Eles o descreveram como tendo um pescoço longo com cerca de dois metros de comprimento e costas altas, com um comprimento total de cerca de 8 metros.
   No ano seguinte, Arthur Grant estava subindo em sua moto, em uma rua ao longo do lago, durante a noite, quando o farol de sua moto ilumina uma enorme criatura pescoçuda bem na sua frente, que foge em seguida.
   Cientistas céticos afirmam que nenhuma espécie de grande porte poderia viver elusiva no lago Ness, sem que o lago tivesse centenas de espécimes nadando nele. Mas o monstro pode muito bem ser uma criatura marinha que costuma entrar no lago Ness em períodos de cheia, quando o lago praticamente encontra o oceano, ele pode realmente ser um monstro marinho.

Gambo

   É um criptido visto morto uma única vez por Owen Burnham, de 15 anos, na praia Bungalow em Kotu, Gambia, em 12 de junho de 1983. Segundo o rapaz, os locais o chamavam de "golfinho", mas guardava apenas uma distante semelhança. Os locais cortaram a cabeça da criatura, e venderam para um turista. O garoto tirou medidas do animal antes que os locais o enterrassem: tinha 4,6 metros de comprimento, cabeça com 1,4 metro de comprimento. Segundo Owen, ele não pensou em tirar uma amostra da criatura porque ele achava que poderia identificá-la mais tarde, em livros.
   Uma expedição em 2006 foi organizada pelo Centro de Criptozoologia Forteana, para encontrar os restos mortais do Gambo, mas nada foi encontrado onde dizem que a criatura foi enterrada.
  A Baleia-Bicuda-de-Shepherd (Tasmacetus shepherdi) é bem semelhante à criatura descrita, mas não seria problema em ser posteriormente identificada por Owen Burnham, já que é um animal bem conhecido.
   Muitos creem que seja algum réptil pré-histórico da família dos mosassaurídeos.

  Essa foto, tirada com uma câmera especial submersa, foi o resultado de uma expedição do Dr. Robert H. Rines, da Academia de Ciênicas de Boston, em 1972. Ele regressou ao lago Ness em 1990 mas não conseguiu novas evidências.

  Fotografia  tirada por Hugh Gray, em 12 de novembro de 1933

Polvo-Gigante

  A criatura vista morta na praia por  Owen Burnham era semelhante aos mosassauros, criaturas da época dos dinossauros. Ilustração por  Nobu Tamura.

   É muito comum falarmos da Lula-Gigante mas, sabemos que esse criptido já tem o status de confirmado e que, mais tarde, uma lula maior ainda foi encontrada, a Lula-Colossal.
   Então eu decidi falar sobre um verdadeiro polvo gigante, que remete a uma carcaça encontrada em uma praia (Anastasia Beach, Flórida). Quando a carcaça foi encontrada, em 30 de Novembro de 1896, o doutor médico, DeWitt Web, a fotografou, mediu, retirou amostras e enviou para realização de análises.
   A carcaça tinha 1,2 metro de altura, 1,5 metro de largura e 6 metros de comprimento. A maior espécie de polvo conhecida é o Enteroctopus membranaceus, com 3,3 metros de comprimento.
   Uma tempestade teria devolvido a carcaça para o mar, mas ela foi localizada a 3 quilômetros, e tirada da água usando cavalos e polias. As impressões iniciais do doutor (também naturalista) é que era um polvo gigante, maior do que qualquer espécie conhecida. Logo depois o especialista Addison E. Verrill analisou a mostra, uma massa de colágeno, identificou com sendo de uma lula, mas depois mudou sua posição inicial, identificando-a como de um polvo. Depois retratou-se de suas posições inicias afimando que a amostra pode ter vindo de uma baleia (a Physeter catodon). Mesmo assim, um nome científico já teria sido escolhido para a possível espécie: Octopus Giganteus, proposto Michel Raynal.
   Ao longo dos anos, outros três trestes, se seguiram. Em 1963, Joseph Gennaro realizou testes histológicos que concordaram que seria tecido de um polvo. Em 1986 Roy Mackal, realizou testes bioquímicos para concordar com as visões de DeWitt Gennaro. Em 1994, Sidney Pierce usou um microscópio eletrônico e argumentou que os tecidos de colágeno da amostra "não eram ordenados" com seria esperado de um polvo e sim desorganizados; concluiu que a amostra pertenceria a uma baleia. As amostras ainda carecem de testes acurados, como de análise de DNA e teste de eletroforese, mas as amostras, com mais de cem anos de idade, certamente estão deterioradas e contaminadas demais para que os resultados sejam confiáveis.
   Há relatos de avistamentos de uma lenda de polvos gigantes que batem com as descrições feitas por DeWitt por todo o mar do Caribe. Este criptido é chamado de Lusca. Se a carcaça encontrada pelo doutor, que concluiu ser um polvo, não for um polvo, é uma grande coincidência isso ter acontecido justamente na região de uma lenda de polvo gigante. Em 1945, dizem que outra grande carcaça foi encontrada pelos habitantes do Caribe, mas estes não se preocuparam em preservar uma amostra.

  DeWitt ao lado de sua carcaça que ele suspeitava ser de um polvo gigante.  Análise de uma amostra, na época, confirmaram ser de um polvo;. Análises mais recentes afirmam que era de uma cachalote. Nenhuma das análises são confiáveis o bastante para serem conclusivas, as análises antigas não dispunham de muita tecnologia e as análises mais recentes usaram as mesmas amostras retiradas por DeWitt, com mais de cem anos de idade.

Animais Extintos

  Considerar um animal extinto não é uma ciência exata. Na prática, quando não se vê mais, se considera extinto.  Um animal considerado extinto  que  volta a dar evidências se tornam criptidos, pois geram ceticismo na comunidade acadêmica. As moas, ao lado, eram aves gigantes que viviam a não muito tempo atrás  na Nova Zelândia, acredita-se que foram extintas pelos nativos, que apreciavam sua carne. Abaixo, essa estranha ave, chamada, Takahe,  foi considerada extinta por 50 anos, até que foi redescoberta em 1981. Foto por John Wattie.

 

  Quando a ciência declara uma espécie extinta, mas, ainda assim, há relatos de avistamentos recentes da espécie, isso também é estudado na criptozoologia porque gera ceticismo e, não raramente, as mesmas ridicularizações geradas por outros criptidos; e o método usado na criptozoologia, de entrevistar testemunhas, recolher pegadas, etc… também é usado para buscar animais presumidamente extintos.

O Lobo-da-Tasmânia

   Também chamado de tigre-da-tasmânia, ou tilacino, é uma espécie de marsupial que tem o aspecto de canino. Pense em uma mistura entre gambá e cachorro. Isso é chamado de evolução convergente, ou desenvolvimento convergente. O aspecto do canino é um formato animal tão bem sucedido que espécies de outras classes podem se parecer a canideos.
   Por ser suspeito de atacar o gado dos fazendeiros, o tilacino foi caçado até a suposta extinção. Empresas e até mesmo o governo dava recompensa para a caça do tilacino. Acontece que o animal já era raro na época e sua reputação de atacar as fazenda não era inteiramente justa, e davam a impressão de haver uma população muito maior de tilacinos do que realmente tinha. Aparentemente, o último tilacino, Benjamim, morreu em 1936, no Zoológico de Hobart, Tasmânia.
  Mas desde sua extinção oficial, já foram registradas milhares de visões do animal, perambulando não somente na Tasmânia, com na própria Austrália e até mesmo na Nova Guiné (os dois últimos, eram parte do habitat do tilacino a 2 000 anos atrás).
   Em maio de 1937, Ray Marthick encontrou pegadas e viu, brevemente, um grupo de tilacinos ao anoitecer. Em 1945, David Fleay coletou histórias de avistamentos direto das testemunhas e encontrou pegadas em Franklin Hill e Poverty Plain.

   Os bosquímanos B. Thorpe e A. Wolley assistiram um tilacino perseguir um Wallaby próximo ao rio Denison, em Dezembro de 1947. Steven Smith coletou 315 avistamentos na Tasmânia entre 1936 e 1980. Em 9 de Março de 1982, o naturalista Hans Naarding viu um tilacino por cerca de 3 minutos, em um fluxo de água da chuva. Quando ele foi buscar sua câmera, o animal fugiu. Embora ele não tenha conseguido achar pegadas,  o animal deixou um odor forte e almiscarado no local. Turk Porteous viu, em 1986, uma fêmea de tilacino, ela tinha uma coloração azul-cinzenta, nas margens do rio Arthur.  
   Mas no continente australiano, onde crê-se ter sido extinto faz dois mil anos, tilacinos também são vistos. Até 1994, Tony Healy e Paul Cropper contaram cerca de 500 avistamentos no continente, grande parte entre 1967-8. Em 1955, a imprensa local chamou de "Monstro Wonthaggi", uma criatura que estava atacando o gado; mas as pessoas, ao investigarem começaram a notar que era um a animal semelhante a um tilacino.

   Em 1 Novembro de 1974, Barbara Adams e seus quatro filhos assistiram dois tilacinos próximos a Frances. eles tinham marcas escuras nas costas, de cor arenosa e com cerca de 30 centímetros de altura.
   Além da Austrália, o animal também é visto. Em 1993, Ned Terry começou a investigar relatos de tilacino no vale Beliem, Nova Guiné; os nativos chamavam de Dobsegna, quando foram-lhes mostradas fotos de um tilacino.  Há relatos de que um tilacino, dobsegna ou outra criatura com aspecto de tilacino, atacou o gado dos aldeões em Jayawijaya, Java.

O Dodô

   A estranha ave dodô, parente do pombo, era endêmica das ilhas Maurício, e foi extinta graças a intrusão de animais não originários na ilha; embora os habitantes humanos, na época, não passavam de 50. Foi extinto ainda no século XVII.
  Embora as ilhas Maurício tenham uma extensão pequena, há uns poucos relatos de dodôs sobreviventes. Expedições já foram organizadas para capturar um exemplar vivo, mas sem sucesso.
  Considerando que é um tanto improvável que dodôs tenham sobrevivido, Lawrence G. Green ficou surpreso quando, em 1930, os nativos das ilhas Maurício o informaram que dodôs ainda existem em montanhas, cavernas e outras partes pouco exploradas da ilha. Baseado em avistamentos de aves como dodôs caminhando pela praia da planície Champagne, William J. Gibson chegou a montar uma expedição, em 1997, para tentar encontrar o pombo.

   Fotografia tirada por Rilla Martin próximo a Goroke, Austrália, em 1964. Note que  o local não é a Tasmânia e sim o continente australiano.

 Steven Smith coletou 315 avistamentos de tilacinos na Tasmânia entre 1936 e 1980. Outros 500 avistamentos foram coletados no continente australiano.

   Esse suposto dodô empalhado, no Museu de História Natural de Londres, foi, na realidade, criado com partes de outras aves e materiais artificiais. Na verdade não sabemos muito bem como era um dodô.

Moa

   Imaginem uma ave do tamanho de uma girafa… Deve ser dos tempos pré-históricos! Na verdade, não é preciso voltar muito no tempo, ainda no século XV da nossa era, era possível encontrar milhares de moas na Nova Zelândia. Sua extinção, no século seguinte, está relacionada com sua caça insustentável pelos índios maoris que habitavam a região.
   Essa incrível ave é agora um criptido. Com relatos de avistamentos de "kiwis" enormes pela Nova Zelândia.
   Nenhuma ave moderna, extinta ou existente, seria de maior interesse científico que a Moa. Nada menos que a ave mais alta que já existiu, chegando a quase quatro metros de altura (3.6m)! Há relatos de avistamentos modernos de grandes aves na Nova Zelândia, descritas como grandes kiwis (outra espécie incomum de ave da Oceania, que se assemelha a pequenas moas).

  Em 1868, Sir George Grey comentou sobre uma pequena moa capturada e morta próximo a Preservation Inlet, na Ilha Norte. Em 1878 muitas pessoas afirmaram terem visto uma grande ave cinza, maior que um emu, em uma estação próxima a Waiau, na ilha Sul. Entre esses avistamentos, um cão perseguiu a ave por uma trilha na mata por cerca de 40 metros até que a ave se virou e passou a perseguir o cão; a estranha ave ficou cerca de 10 minutos vigiando as testemunhas, dobrando seu pescoço longo para cima e para baixo, como um cisne. Em Janeiro de 1861, três pegadas de ave, medindo 35,5 centímetros de comprimento, com três dedos, foi encontrada entre Takaka e Riwaka, na Ilha Sul, por membros de um grupo de pesquisa. Em 1896, um grupo de estudantes viu uma grande ave, como uma moa, atravessar uma rua em Brunner Range, na Ilha Sul. Em Maio de 1991, um homem chamado Jim Stranton viu uma enorme ave de cor escura atravessar uma pista de caminhada na frente dele ao longo do rio Waimakariri; ele estimou sua altura em 3,4 metros.
   Considerar um animal como extinto não é uma ciência exata. Os cientistas se baseiam na falta de avistamentos confiáveis, falta de poça genética (ou "pool" genético; recurso em forma de indivíduos que a espécie precisa para ser suficientemente diversificada), e outras evidências circunstanciais. Mas é necessário admitir que podem haver falhas e se lembrar de que falhas, no que tange a extinção, são muito bem-vindas.

 Nenhuma ave moderna, extinta ou existente, seria de maior interesse científico que a Moa. Nada menos que a ave mais alta que já existiu, chegando a quase quatro metros de altura (3.6m)!

   Paddy Freaney tirou essa foto borrada (original à esquerda e com melhoramentos digitais à direita), em 20 de Janeiro de 1993, de uma ave que ele descreveu como sendo uma Moa de coloração avermelhada, que ele estimou em aproximadamente dois metros de altura. A foto foi tirada em Craigieburn Range, na Ilha Sul. A má qualidade da foto permite poucas conclusões, podendo ser um erro de identificação, já que há várias espécies de aves ratitas na Nova Zelândia. De qualquer forma é uma foto misteriosa digna de estar no "álbum" da criptozoologia.

Seres Místicos

  Acreditem ou não, unicórnios e  basiliscos (e outros seres místicos), são  criptidos, isso devido a relatos históricos  de encontros com esses seres.

  Criaturas estranhas povoam nossa imaginação desde que mundo é mundo. Somos fascinados pelo exótico, pelo estranho, pelo bizarro… mas porque, hoje em dia, assumimos que seres mitológicos eram puro fruto da imaginação humana, sem nenhum fundamento no mundo real? Só porque essas criaturas são exóticas, estranhas e bizarras? Mas o mundo está cheio de criaturas bizarras; posso citar o dragão de komodo, o gerenuk, o peixe-gota… esses exemplos permitem-nos concluir que o nível de bizarrice não é o que separa a realidade do imaginário. Seria, então, as criaturas míticas, ou pelo menos algumas delas, animais reais? É o que vamos considerar agora com mais três criptidos, dessa vez oriundos da mitologia.

O Basilisco (ou Cockatrice)

   Essa é uma daquelas incríveis criaturas quiméricas da mitologia antiga. Mas, porque os antigos acreditavam nela? Podemos encontrar em seus escritos antigos relatos de encontros com essas criaturas, e que ela teria matados pessoas, já que o basilisco é crido ser muito venenoso.
  Era uma criatura meio galinácea, meio réptil, que continha veneno, ou, até mesmo jogava um spray de veneno em suas vítimas. Os antigos franceses o chamavam de Cockatrice.
  Há uma história de que um basilisco matou muitas pessoas em Roma, no nono século, até que o Papa Leão IV o destruiu com uma reza.
   Em Junho de 1212, Viena, Áustria, há o relato de que um aldeão encontrou um basilisco dentro de um poço.
   Conta-se que duas crianças foram mortas, aparentemente por um basilisco em Varsóvia, na Polônia, em 1587. Elas estavam brincando em uma adega abandonada, local onde foram encontradas mortas; o servo que as encontrou também caiu morto logo mais. Um prisioneiro foi enviado equipado com roupa de couro e espelhos (cria-se que não se podia olhar diretamente para um basilisco). Ele retornou com uma estranha serpente que os oficiais julgaram ser um basilisco genuíno.
   Quando uma igreja de Renwick foi derrubada, em 1733, em Cumbria, Inglaterra, uma estranha criatura com asas de morcego bateu asas furiosamente contra os trabalhadores. Um dos trabalhadores, chamado John Tallantire, a matou com um galho. Devido a terem acreditado ser um perigoso basilisco, esse feito heroico garantiu a John e seus descendentes isenção de impostos para suas terras.
   É certo que algumas víboras se comportam como é descrito sobre o basilisco. A naja (naja naja) é capaz de lançar um spray de veneno cegante a uma distancia de três metros. O cientista árabe Avicenna, do século XXI, sugeriu que a víbora-de-chifres (Cerastes cerastes) poderia ser a espécie chamada de basilisco, devido a suas estranhas protuberância na cabeça, que levariam a identificá-la com um galináceo. Serpentes são capazes de dosar o veneno para realizar vários botes seguidos.
   Outras explicações para a lenda do basilisco podem ser casos de reversão de grandes aves, principalmente galináceos, a aspectos pré-históricos e reptilianos (não estou dizendo que galinhas vieram dos dinossauros, ok). Cientistas consideram possível galinhas nascerem com escamas, garras, e até uma pequena cauda.

   Concepção artística de um Cockatrice, do livro The Mythological Zoo, 1912.  Pelo desenhista ingles Oliver Herford (1863-1935).

Os Sátiros

   Seria forçar demais considerar sátiros como criptidos? Há alguns relatos de homens-cabra até o dia de hoje. No passado, personalidades históricas afirmam ter encontrado sátiros reais.  Vamos considerar esses avistamentos…
   Em Maryland, EUA, há a lenda do Goatman. Reverty Garner e sua mulher correram de um homem peludo que viram enquanto estavam pondo o carro para dentro da garagem, em Upper Malboro, Maryland, em 1 de agosto de 1957. April Edwards viu uma grande criatura peluda em seu quintal na rua rua Fletchertown em Bowie, Maryland, em 3 de novembro de 1971; seu cão, Ginger, desapareceu um tempo depois. A cabeça do cachorro foi descoberta na manhã seguinte por Willie Gheen e John Hayden. Nas proximidades de Louisville, Kentucky, há uma lenda urbana de um homem meio-cabra que vive debaixo de uma ponte férrea do rio Pope Lick.
   Mas a mitologia por trás desses homens-cabra, como o Pan e os Sátiros, são relatadas por pessoas históricas como se elas os tivessem visto mesmo. Por exemplo, em 86 a. C. um sátiro foi encontrado dormindo em um prado que chamavam de Nyphaeum, próximo a Durrês, Albânia. A criatura humanoide foi levada ao general romano Lucius Cornelius Sulla, que passava pelas redondezas após ter saqueado Atenas na Primeira Guerra Mitridática. A fala do sátiro não pôde ser compreendida e relataram que parecia um relincho como faz um cavalo ou um bode. São Jerônimo também relatou que o imperador Constantino, no início do quarto século, visitou Antakya, na Turquia, para ver um sátiro preservado em sal.
    Pomponius Mela citou uma população de Pans em uma montanha desolada da África, onde
fogueiras acendiam a noite e címbalos, tambores e flautas produziram música sobrenatural. É possível que ele estivesse citando algum povo desconhecido.
  Outra possibilidade é que seres humanos bárbaros fossem vistos como sátiros pela civilização grega e romana.

 Pomponius citou uma população de Pãns em uma montanha desolada da África, onde
fogueiras acendiam a noite e címbalos, tambores e flautas produziram música sobrenatural. É possível que ele estivesse citando algum povo desconhecido.

Unicórnios

   São maravilhosos, majestosos e quase indispensáveis em histórias de fantasia. Um cavalo saudável com um único chifre em sua testa. Dizem que pode curar doenças e até ressuscitar. De onde os antigos tiraram esse conceito de cavalo com chifre?
   É claro que, os elementos místicos, tipo cura e ressurreição, sejam um tanto improváveis. Mas será que eles não viram tal criatura magnífica e atribuíram todo o tipo de poder místico a ela?
   Há alguns relatos de pessoas históricas que afirmaram avistar de unicórnios. Em seu livro, Indkas, do médico grego Ctesias, do final do quinto século a.C., ele conta que viajou para a Pérsia e ouviu histórias fantásticas sobre a Índia. Ele cita um burro selvagem, que ele descreve como sendo branco, com a cabeça vermelha-escura e tendo um único chifre de cerca 50 centímetros de comprimento. Júlio César, do primeiro século, relata que um cervo com um único chifre vivia em Erzgebirge, na Alemanha. Felix Fabri viu um grande animal de um único chifre a uma certa distância, nas redondezas do Monte Sinai, no Egito, em 20 de setembro de 1483. Lodovico de Varthem citou ter ouvido que dois unicórnios ficavam no parque do templo de Meca, na Arábia. Um deles era tão grande quanto um pônei e tinha um chifre de 130 centímetros enquanto o outro era menor e tinha um chifre de 40 centímetros, e os animais tinham o casco fendido; eles foram dados de presente ao sultão de Meca por um certo rei etíope. Um jesuíta chamado Jeronimo Lobo, no ano de 1630, observou que unicórnios eram comuns na Etiópia, era como cavalos baios, com cauda preta, uma juba longa e um chifre.

   Na Patagônia, há desenhos pré-históricos de unicórnios, na região do Lago Posadas. Um guia disse aos pesquisadores que esses animais existiam na Patagônia até o quinto ou sexto milênios, período em que foram caçados até a extinção
   É possível também que os europeus tenham viajado para o sul e encontrado órix pelos desertos… De um certo ponto de vista, o órix, tendo realmente um par de chifres, parece ter um longo e único chifre, como pode ser visto na foto mais abaixo.
   Pode parecer algo alucinado de se dizer, mas é perfeitamente possível que tenham havido criaturas tais quais um cavalo com chifres. A primeira coisa que veio a minha mente é algum tipo de condição genética como a que esse cervo, na foto, apresenta: apenas um chifre no meio (Animal encontrado no Centro de Ciência Naturais de Prato, região da Toscana, na Itália) Outro exemplar assim foi abatido em Celje, na Eslovénia, em agosto de 2014. É possível que o problema nem seja genético, mas seriam lesões na cabeça antes do crescimento dos chifres. Imaginem, então um órix, com um único chifre! Certamente daria um lindo unicórneo.

   Visto do ângulo certo, um órix (aqui um óxix-da-arábia, Oryx leucoryx)  fica inegavelmente parecido a um cavalo com um único chifre. Repare também nos detalhes ondulados do chifre do órix, muito similar aos cifres de unicórnio, segunda a crença popular.

    O que dizer, então, de um órix com a mesma condição genética do cervo da foto acima?

Pássaros Misteriosos

  Voam... Cantam... É claro que o ser humano iria criar muitas aves lendárias!  Vemos e ouvimos aves de manhã ao entardecer, estão por toda a parte; deve haver alguma raridade emplumada mística voando por aí... posso pensar em várias lendas. Como a famosa Fênix, a ave de fogo imortal. É possível que o faisão-dourado (Chrysolophus pictus), na imagem acima (por Terry Love), tenha sido interpretado antigamente com uma ave em chamas, devido à sua plumagem, e  talvez tenha sido a origem da lenda da Fênix. Dizem que a Fênix tinha olhos como pedras preciosas, e pescoço cor esmeralda... note como as descrições batem até certo ponto.

     Também há inúmeros relatos de exploradores do passado que descrevem aves magníficas que  depois nunca mais são encontradas. Como  as estranhas aves gigantes reportadas pelo refugiado François LeGuat, nas ilhas Maurício, em 1690. Ao lado, um desenho das aves de LeGuat, no livro Voyage et Avantures de François Leguat (Viagens e Aventuras de François LeGuat) Chez Jean Louis de Lorme, 1708.

  Pássaros são os queridinhos de muitos naturalistas e observadores da natureza. A ornitologia é a ciência que mais possui a ajuda de amadores e entusiastas para observar a catalogar espécies. Com os olhos sempre atentos aos pássaros, algumas vezes, seres humanos tombam com pássaros difíceis de explicar…


   Além de pássaros já extintos, que já falei um pouco sobre, aqui neste artigo, há relatos de pássaros muito estranhos, principalmente nos relatórios de exploradores, vamos falar sobre três criptidos emplumados.
   Kondlo. O povo zulu afirma se alimentar de um pássaro semelhante a um peru, de coloração escura e bico e pernas vermelhos, que chamam de Kondlo. O senhor G. T. Court alegou ter atirado e comido Kondlos em 1912 e 1914, nas montanhas de Entonjaneni, África do Sul. Em Novembro 1960, ele afirmou ter visto novamente um bando de Kondlos. O Kondlo ainda não foi identificado com nenhuma espécie conhecida.
  Mini Beija-flor de Sumatra. Um minúsculo beija-flor, bem menor que a menor espécie conhecida, foi vista por Otto e Nina Irrgang, na ilha de Sumatra. Segundo eles, que viram o pássaro duas vezes, em 1957-1958, o passarinho não chega a 4 centímetros de comprimento (3.8 centímetros)! O menor beija-flor que conhecemos é o colibri-abelha, de 5,7 centímetros de comprimento.
   Pássaros Negros de Bagge. Stephen Bagge estava explorando Uganda, em 1898, quando viu uma série de pássaros estranhos, pretos, e tão grandes quanto ovelhas. Eles estavam a uma altitude de 2 700 metros e faziam um som que parecia o rugido de um boi.

 Stephen Bagge estava sobrevoando Uganda, em 1898, quando viu uma série de pássaros estranhos, pretos, e tão grandes quanto ovelhas... e faziam um som parecido ao rugido de um boi.

Vermes Gigantes

  Vermes não são apenas aquelas criaturas minúsculas e desengonçadas que colocamos no anzol. Elas podem chegar a tamanhos grotescos. Como a tal da Minhocoçu (Rhinodrilus alatus), na imagem mais acima (por Sidnei Dantas). Mas poderiam os vermes serem criaturas ainda mais arrepiantes, que cospem ácido, veneno, etc? Vocês saberão mais agora sobre o Verme-da-Morte da Mongólia e outros criptidos vermiformes.

  Do tamanho que conhecemos, já não os suportamos, eles são nojentos, asquerosos, de dar calafrios… imaginem do tamanho e aspectos incomuns! Vamos, é claro, dar um espaço nesse artigo para falarmos de vermes gigantes.

Minhocão

   Uma criatura enorme, em forma de larva ou cobra, descrito como tendo chifres e um focinho de porco. Subterrâneo e anfíbio, dizem que derruba árvores, destrói estradas desvia o curso de rios criando valas e come cavalos quando circunda os rios e lagos. Parece ser mais ativo após dias chuvosos.
   A lenda ocorre em vários estados do Brasil: Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, também na Bolívia e Uruguai.
   Lebino José dos Santos ouviu sobre um minhocão morto quando estava próximo a Termas de Arapey, no Uruguai, no ano de 1849. Contaram para ele que a criatura teria ficado presa em uma fenda rochosa, e que era áspera como casca de pinheiro e escamas como de tatu.
   No final da década de 1860, um minhocão apareceu nas margens do rio Caveiras, próximo a Lajes, Bahia. O criptido foi realmente visto por Francisco de Amaral Varella e Friedrich Kelling. Deixou uma larga vala em um área pantanosa.
   A criatura parece não ter sido reportada após o século IX.

 A lenda do Minhocão ocorre em vários estados do Brasil: Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, também na Bolívia e Uruguai.

O Verme de Lagarfljót

   É uma criatura serpentina que crê-se habitar o lago homônimo na Islândia. Também chamada de Lagarfljótsormurinn (ein?).
   Relatos de avistamentos do criptido ocorrem desde 1345 quando uma criatura com corcovas foi vista no lago, depois apareceu várias vezes até 1819.
   Quase cem anos depois, em 1998, crianças da escola Hallormsstadarskóli testemunharam por cerca de vinte minutos, junto com o professor, uma grande criatura de cor pálida, ondulando na água, próximo à fazenda Geitagerdi.
   Em 2012, Hjörtur Kjerúlf fez um vídeo de um verme gigante nadando nas águas do lago Lagarfljót. Após a maior parte dos especialistas analisarem o vídeo e confirmarem que é real o homem ganhou uma recompensa generosa. Outros especialistas, porém, afirmam que pode ser um entulho ou rede de pesca jogado.

  O vídeo de Hjörtur Kjerúlf, 2012.

O Verme da Morte (ou  Allghoi Khorkhoi)

   Certamente, é a criatura mais temida pelos que perambulam pelo deserto da Mongólia. Dizem ser capaz de aplicar descargas elétricas e cuspir um ácido altamente corrosivo. Também é chamado de  Olgoi khorkhoi (do mongol "verme intestino"). Seria uma criatura vermiforme, medindo entre 60-150 centímetros de comprimento.
   Sua arma mais mortal é um jato de ácido que o verme expele. É dito queimar a vítima, deixando a sua pele amarela até aparecer os músculos e levando, por fim, à morte. Esse veneno ácido é crido prover do alimento do verme: as raízes de saxaul (Haloxylon ammodendron). Mas essas raízes não possuem nenhuma substância venenosa ou corrosiva, então a melhor suposição é que o verme produziria esse líquido internamente.
   Também dizem que pode ser capaz de dar descargas elétricas. Bom, em um ambiente árido como o deserto é possível um animal acumular carga estática ao se arrastar pela areia.
   Em 1927 o paleontólogo americano Roy Chapman Andrews chegou a ver a cauda do verme; então, pesquisou sobre o criptido com os locais que lhe contaram muitas histórias sobre o verme, que chamavam de Allghoi Khorkhoi.
   Em uma expedição entre 1946 e 1949 os pesquisadores chegaram a ver o verme e também compararam seus avistamentos com o conhecimento dos locais. Yuri Orlov alega ter visto a criatura.
  Richard Freeman montou várias expedições para estudar o crptido. Em uma dessas expedições os locais contaram que certo geólogo estava investigando o solo com uma barra de metal, perto da aldeia de Suji, quando foi eletrocutado. Os outros sentiram um pequeno tremor de terra e alguns chegaram a avistar alguma coisa redonda saindo da areia. Eles correram do local.
  Visto que o criptido supostamente vive em um árido deserto e é crido ficar escondido debaixo da areia, só vindo à superfície em Junho e Julho, quando há precipitação chuvosa, seria uma criatura difícil de encontrar. Entre 1990 e 1992,  Ivan Mackerle tentou encontrar o verme por causar estrondos no solo. Junto com uma equipe, ele usou um motor e até explosivos, mas sem sucesso.
   Para um verme sobreviver nas condições do deserto de Gobi, precisaria ser capaz de reter líquidos, algo sem precedente na biologia que conhecemos; uma vez que vermes precisam de muita umidade externa para se manterem vivos. Teria que ser um verme altamente especializado, adaptado às condições desérticas. Erros de identificação com áspides cuspidoras também não estão descartadas.

  Um verme vivendo em um ambiente seco como o Deserto de Gobi seria algo sem precedentes na Biologia. Certamente seria uma criatura altamente especializada e complexa.

Respaldos à Ciência Criptozoológica

   Muitos especialistas da ciência mainstream tendem a ridicularizar os criptozoólogos. De fato, muitos cientistas sacrificaram suas carreiras promissoras, no desgaste social causado pelos seus interesses no campo da criptozoologia. Mas, se considerarmos com mente aberta, percebemos que criptozoologia não é um campo de estudo sem fundamento.

    Bernard Heuvelmans, considerado o fundador da criptozoologia, foi um zoólogo genial, com doutorado em Zoologia, e algumas de suas teorias zoológicas, extravagantes para a época, provaram-se ser realidade posteriormente. Como por exemplo, sua tese de doutorado, onde ele buscou classificar melhor os dentes do porco-da-terra; seu trabalho ajudou os cientistas a compreenderem que esse animal está mais próximo, pasme, de elefantes, do que de tamanduás, que era o consenso da época. Heuvelmans também escreveu diversos livros sobre dinossauros sobreviventes, serpentes marinhas e outros criptidos.

    Uma teoria criptozoológica muito frequente é que animais pré-históricos poderiam ter sobrevivido até os dias de hoje. Teoria aparentemente fantasiosa mas com precedentes.
   Uma variação do Guepardo, o King Cheetah, era conhecido como Nsui-fisi (Bantu: "Leopardo-Hiena"), pelos nativos a muito tempo. Havia uma pele não-identificada no museu Rainha Vitória de Harare; e foi apenas quando essa pele foi trazida a atenção que a ciência convencional se deu conta de uma possível descoberta. É uma variação genética rara da versão padrão da camuflagem do Cheetah. Essa variação sugere características pré-históricas onde a camuflagem funcionava com a flora pré-histórica africana, mais densa em eras mais frias. É interessante que o King Cheetah tenha hábitos noturnos, em contraste com as preferência do cheetah comum. Outra teoria, muito comum  entre os criptozoólogos, para diversos criptidos, é que seriam populações de animais pré-históricos sobreviventes. Acredite ou não mas essa teoria também tem fortes precedentes.
   O cavalo de Przewalski, descoberto em 1881 (mas avistado desde do século XV por testemunhas que não foram levadas à sério), possui características muito primitivas, que revelam que a espécie preservou aspectos pré-históricos outrora somente inferido a animais da era do gelo, principalmente seu pequeno tamanho e seu pêlo lanoso.
  O químico James Leonard Brierley Smith chegou a ser ridicularizado pelos cientistas convencionais quando identificou um animal recentemente empalhado com uma espécie de peixe, até então, conhecida ter existido somente no período cretáceo, a 75 milhões de anos atrás. Mas, após coletar relatos de avistamentos, e muito trabalho de campo, a afirmação de Smith foi confirmada. Anos mais tarde, conseguiram um espécime recente.
  Atualmente, há duas espécies de celacanto: Latimeria chalumnae, do oceano Índico e Latimeria menadoensis da Indonésia.
   O Kha-nyou é um roedor muito incomum que, mais tarde, se descobriu pertencer as diatomídeos; uma família da roedores que acreditava estar extinta a 11 milhões de anos atrás.

    Há também animais que foram lendas antes de serem descobertas.
    O Ocapi, único parente vivo da girafa, era conhecido como uma lenda de unicórnio pelos pigmeus. Lenda ignorada pelos cientistas até alegações de sua existência nos relatórios publicados do explorador Henry Morton Stanley, de 1886. Mesmo assim, somente em 1901 o animal foi descrito e incluído entre na classificação animal.
   A lula-gigante era uma lenda contada por marinheiros não somente em tavernas nórdicas, chamando-as de Kraken, mas como "O Monstro com Tentáculos", que encheram relatórios de capitães por séculos.
   O capitão Reynolds descreveu ter visto um tentáculo cortado de mais de 10 metros de comprimento.
   Jean-Magnus Dens, capitão aposentado, contava que uma enorme lula atacou seu navio e matou três de seus tripulantes. A tripulação fincou cinco arpões no monstro para cessar o ataque.
   Só foi aceito pela ciência quando uma carcaça foi encontrada na Dinamarca, em 1853, mas descrito oficialmente somente em 1857 pelo naturalista Japetus Steenstrup.
   As maiores lulas encontradas foram medidas em cerca de 17 metros de comprimento. Mas sabemos que há lulas maiores por examinar marcas de seus tentáculos em baleias cachalote.
   Os nativos da ilha de Komodo idolatravam o Buaya Darat (crocodilo da Terra), muitos o consideravam também um demônio. Mas foi somente em 1910, quando o administrador colonial da ilha, o tenente Steyn van Hensbroek, ouviu sobre essa lenda e decidiu investigar. Em 1912, o diretor do Zoological Museum de Bogor, Java, publicou um artigo com uma fotografia e uma pele que teria recebido do tenente. Também recebeu dois espécimes vivos de colecionadores. Assim,  investigando um "demônio", foi descoberto o Dragão-de-Komodo (Varanus komodoensis).

  Esta estranha variação de guepardo, o King Cheetah, com listras em vez de pontos,  pode representar uma reversão genética a tempos pré-históricos africanos.  Foto de  Steve Jurvetson.

 

  Alguns animais são chamados pelos cientistas de "fósseis vivos"  porque preservaram características genéticas pré-históricas, como o cavalo de Przewalski. Muito criptidos podem ser espécies com características pré-históricas.

    Foto por Daniela Hartmann.

 

Que lugar a criptozoologia deve ter na ciência?

   Não defendo que a criptozoologia seja uma ciência especifica, com diploma e tudo mais. Ela não é uma ciência anômala, que deveria ficar à parte das ciências convencionais, mas representa um espírito científico que se perdeu e que precisa ser resgatado. Eu defendo que a criptozoologia, bem como outras xenociências (estudo de fenômenos paranormais), sejam parte integrante do conteúdo de faculdades. No caso da criptozoologia, em cursos de zoologia, biologia, antropologia e primatologia.
  A criptozoologia traria ao novos zoólogos um pouco daquele espírito investigativo, aventureiro, bem como a mente aberta da zoologia da velha guarda.
  Conforme a ciência foi se tornando mais comercial, uma "indústria", a qualidade de informação produzida pelos cientistas caiu muito. A criptozoologia pode ensinar aos novos zoólogos a lutarem pelo que acreditam, a defender suas ideias, sem se acovardarem diante de ridicularizadores.
   Todos os grandes cientistas do passado tiveram suas ideias ridicularizadas; mas eles defenderam o seu ponto de vista sem cederem à pressão social. Graças a essa coragem, de propor algo novo, de investigar o desconhecido, eles revolucionaram o conhecimento científico. Talvez seja por essa comercialização da ciência que não temos mais grandes cientistas nos tempos modernos.
   Talvez a criptozoologia, sendo integrada como uma matéria em cursos de zoologia, torne a zoologia algo grande novamente. Talvez isso faça surgir zoólogos com espírito de exploração, investigação e mente aberta, ao invés de meros cientistas de revistinhas de banca de jornal, que infelizmente, compõem a maior parte da comunidade científica hoje em dia.

   O autor desse artigo, Fernando Vrech, também é escritor e tradutor, inclusive de Aventura e Mistério!

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